O Banco Central Europeu (BCE,) responsável pela política monetária na União Europeia, como forma de combate ao período inflacionista que atravessamos, tem vindo a subir a taxa de juro de referência o que se repercute na subida da Euribor. Assim, esta passou de um valor negativo para um número positivo, facto que não se registava desde 2014.
Em Portugal, de acordo com os dados do Banco de Portugal, 1,4 milhões de famílias têm crédito à habitação, num valor global de 103 mil milhões de euros de saldo em dívida, sendo que 93% das quais com contratos de taxa variável indexada à Euribor.
Pese embora os consumidores saibam que a taxa varável está sujeita às alterações do mercado financeiro, para a realidade da maioria das famílias portuguesas só é possível o recurso a crédito à habitação em prazos de maturidade máximos e com a prestação mais reduzida possível. Tal afasta a opção de recurso a crédito à habitação de taxa fixa que, por não estar sujeita a flutuações do mercado, determina uma prestação mais alta.
Aliada à parca capacidade económica dos portugueses juntou-se o argumento de que a média histórica da Euribor nunca ter ultrapassado os 1,69% pelo que contratar crédito a taxa variável não constituía grande preocupação.
As expectativas nos mercados financeiros sobre os valores das taxas Euribor apontam para que se mantenha o aumento nos próximos meses, receando-se que o aumento das prestações mensais do crédito à habitação tenha vindo para ficar.
Tomemos como exemplo a revisão em outubro da prestação de um crédito à habitação com taxa variável indexado à Euribor, para empréstimo de 150 mil euros, por 30 anos, com um spread de 1%:
• Indexante Euribor a 12 meses: Valor da prestação em outubro 651,31 euros, mais 202,10 euros;
• Indexante Euribor a 6 meses: Valor da prestação em outubro 600,20 euros, mais 145,27 euros;
Com aumentos sucessivos nas prestações do crédito, as famílias deverão atuar preventivamente solicitando à instituição bancária onde têm o crédito à habitação uma simulação que reflita aumentos da Euribor e verificar se conseguem acomodar este novo valor no seu orçamento.
Não conseguindo deverão redefinir as necessidades e prioridades da família por forma a cortar em despesas não essenciais e garantir o cumprimento do crédito.
As famílias podem ainda estudar soluções alternativas como a transferência do crédito para outra Instituição de crédito que lhe ofereça melhores condições ou, se for o caso, optar por amortizar antecipadamente parte do crédito com recurso a algumas poupanças e assim conseguir baixar a prestação.
Em caso de incumprimento ou na iminência do mesmo deverão contactar o seu Banco e alertar para essa situação por forma a que seja possível, com a colaboração da Instituição Bancária, chegar a uma solução que permita ultrapassar a dificuldade no cumprimento do crédito.
Informe-se connosco.
Se tem dúvidas sobre estas ou outras medidas anunciadas, não hesite em contactar o Gabinete de Proteção Financeira através do telefone (+351) 21 371 0238 ou email gas@deco.pt
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