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Eurico Brilhante Dias elogia prestação “admirável” das exportações em setembro

As exportações portuguesas “em setembro de 2020 tiveram praticamente o mesmo valor que as exportações de setembro de 2019, tendo nós sofrido no primeiro semestre um autêntico vendaval, quer do lado da procura, quer do lado da oferta”, comentou esta tarde o secretário de Estado da Internacionalização.
20 Novembro 2020, 19h21

“Nós fechámos a última legislatura em dezembro de 2019 com números que são assinaláveis e que foram recorde na economia portuguesa”, adiantou Brilhante Dias, referindo que “partimos de um peso de exportações de 44% no PIB em 2019 e tínhamos atingido um número de mais de 21.400 exportadores de bens, quase 21.500 exportadores de bens”, referiu esta sexta-feira o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, durante a apresentação do “Programa Internacionalizar 2030”, que ocorreu na terceira sessão da conferência da Aicep de 2020, subordinada ao tema Exportações & Investimento. Mas mais importante que isso, segundo Brilhante Dias, foi a forma como o sector exportador reagiu em setembro, depois da paragem da economia ocorrida durante o confinamento de março e abril, com um desempenho em setembro de 2020 que “é absolutamente admirável”, atendendo a que “as exportações portuguesas em setembro de 2020 tiveram praticamente o mesmo valor que as exportações de setembro de 2019, tendo nós sofrido no primeiro semestre um autêntico vendaval, quer do lado da procura, quer do lado da oferta”.

“Aumentamos a diversificação de mercados servidos por cada empresa exportadora, pois partimos de uma média de 4,3 mercados servidos por cada empresa exportadora de bens, mas isso significou que numa legislatura aumentámos esta média em 0,6 mercados e se tivermos em atenção que temos mais exportadores e mais mercados servidos, tínhamos conseguido um número assinalável de novas entradas em mercados por empresas exportadoras, com um IDE – Investimento Direto Estrangeiro em stock – e, note-se, este um IDE particular, porque é um IDE sem os SPE – Special Purpose Entity – de 137 mil milhões de euros e um valor acrescentado que nós estimávamos em torno dos 2,8 milhões de euros por entidade exportadora no fim de 2019”, referiu o secretario de Estado.

“Assumindo a queda inexorável das exportações este ano, com uma queda de bens e serviços onde a queda na área dos serviços é bastante mais pronunciada que no sector dos bens, temos falado da resiliência e no caso do sector exportador, em setembro de 2020, depois deste confinamento mais severo que passámos entre março, abril e maio, este sector exportador, em setembro, na área de bens, conseguiu exportar aproximadamente o mesmo que tinha exportado em setembro de 2019 e isso é absolutamente admirável, isso é uma demonstração inegável de resiliência, porque os números do INE não mentem e vêm dizer-nos que em setembro de 2020 nós tivemos menos 0,4% de exportações que em setembro de 2019, mas se excluirmos a componente de combustíveis, tivemos um ligeiro incremento de 0,2%”, referiu o secretario de Estado.

“Portanto, as exportações portuguesas em setembro de 2020 tiveram praticamente o mesmo valor que as exportações de setembro de 2019, tendo nós sofrido no primeiro semestre um autêntico vendaval, quer do lado da procura, quer do lado da oferta. Essa recuperação e essa resiliência permite-nos de alguma forma estimar que nós podemos, mais tarde que 2025, que era a nossa primeira meta, em 2027 regressar às exportações com um peso de 50% do PIB, aumentando o número de exportadores, aumentando o número médio de mercados servidos e, em paralelo, ir alimentando este crescimento com um foco no essencial que é captar mais IDE, que nos permita fixar talento e fixar operações industriais essencialmente focadas nas exportações”, prevê o secretario de Estado.

“Os números dos contratos firmados pela Aicep no quadro da captação de investimento são disso uma grande ilustração”, adianta Brilhante Dias, esclarecendo que “a Aicep conseguiu em 2018 e 2019 bater dois recordes de contratualização de investimento. Se tivermos atenção aos contratos firmados, são contratos de investimento em Portugal, criadores de postos de trabalho, mas que no seu conjunto são ao mesmo tempo oportunidades que vamos ter de aumentar de forma muito significativa as exportações de bens e serviços e é este círculo virtuoso que queremos continuar a trabalhar no futuro próximo”.

“Para 2030, temos a meta de 53%, num crescimento progressivo de uma economia que recupera da pandemia, que tem um crescimento do PIB e por isso quando nós afirmamos que o peso das exportações no produto vai aumentando, é importante notar que aumenta a partir de um PIB que também ele cresce”, refere Brilhante Dias.

“São objetivos que queremos que sejam a bússola para, de forma muito adequada, alocar recursos públicos e dessa forma apoiar as empresas portuguesas neste movimento. Esta metas fazem sentido porque estão ancoradas nas necessidades objetivas de desenvolvimento da economia portuguesa, fazem sentido se forem partilhadas pelos atores privados e são uma condição para criarmos um país melhor, porque gerará mais oportunidades de desenvolvimento profissional e pessoal aos cidadãos que habitam em Portugal. Temos uma economia de 10,5 milhões de consumidores, integrada num mercado de 500 milhões de cidadãos dentro da UE, que concorre com blocos regionais de enorme dimensão, na Ásia, nas Américas e que precisa da internacionalização de fluxos de capitais e de mercadorias para criar melhores condições”, acrescentou o secretário de Estado.

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