Eurico Brilhante Dias: Entrevista feita a Paulo Raimundo foi “um momento constrangedor”
O socialista Eurico Brilhante Dias saiu em defesa de Paulo Raimundo na sequência da entrevista na RTP que levou o Partido Comunista Português (PCP) a anunciar que vai acionar todos os meios legais por considerar que o líder comunista foi alvo de uma provocação por parte do jornalista da estação pública.
“Não devemos ficar indiferentes à entrevista (ou espécie de entrevista) que ontem foi feita ao Paulo Raimundo. Foi um momento constrangedor para qualquer democrata”, assinalou o antigo líder da bancada parlamentar do PS, na rede social X.
Também Fabian Figueiredo, líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda na legislatura que agora terminou, saiu em defesa do líder comunista. “Quis ver a entrevista ao secretário-geral do PCP anunciada pela RTP. Acabei a ver um debate entre José Rodrigues dos Santos e Paulo Raimundo sobre a Ucrânia. Alguém sabe o que aconteceu ao jornalista que devia fazer a moderação?”, comentou, na mesma rede social.
O PCP anunciou que vai acionar “todos os meios legais” contra a RTP, denunciando que foi alvo de provocação durante uma entrevista da estação pública ao secretário-geral do partido.
“Perante a provocação que aconteceu hoje na RTP, o PCP acionará todos os meios legais. O fascismo e a guerra sabem que têm na firmeza do PCP o seu inimigo”, pode ler-se numa publicação feita nas redes sociais logo após a entrevista conduzida por José Rodrigues dos Santos.
Durante a entrevista, realizada no âmbito das eleições antecipadas de maio, Paulo Raimundo foi questionado várias vezes sobre a posição do PCP sobre a invasão da Rússia à Ucrânia, tendo sido este o tema ao longo dos cerca de dez minutos da entrevista. “Já está?”, questionou Paulo Raimundo, surpreendido, no final da conversa.
De recordar que recentemente, a propósito da campanha para as eleições europeias de 9 de junho do ano passado, uma entrevista do mesmo jornalista à então candidata do PS Marta Temido motivou uma queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Na deliberação, o organismo criticou a entrevista feita à socialista “pela forma como foi conduzida”, considerando que se “afastou do registo de fatualidade”, sendo “suscetível de prejudicar o direito dos telespectadores de serem informados”.
