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Euro negoceia em mínimos de janeiro face ao dólar

O mercado começa a sinalizar que a política económica de Trump criará pressões inflacionistas, que obrigarão a FED a acelerar o processo de aumentos das taxas de juro.
Mark Blinch/Reuters
14 Novembro 2016, 12h12

O dólar americano negoceia esta segunda-feira em máximos de janeiro deste ano face ao euro, com os investidores a interpretarem que as políticas de Trump vão trazer um aumento mais rápido da inflação e um maior défice orçamenta, o que estará a provocar um disparo nas ‘Tresuries’ e outras ‘yields’ de dívidas soberanas de referência.

O euro cai pela sexta sessão consecutiva face ao dólar para mínimos de janeiro, negoceia a perder 0,77% para 1,077 dólares.Tem sido um comportamento global do dólar em relação a outros pares cambiais, com o peso mexicano ou o ringgit malaio, a caírem para novos mínimos.

Steven Santos, gestor do BiG, refere que “O mercado cambial iniciou a semana com movimentos bastante fortes, o que é invulgar. O EUR/USD abriu com um gap em baixa na sessão asiática, sendo que esse gap não foi inteiramente fechado, o que denota bem a pressão compradora por dólares americanos.”

Eduardo Silva, gestor da XTB, realça que “o Euro tem negociado nos últimos dois anos num range entre 1,05 e 1,15 dólares. Nos últimos dias o euro tem vindo a perder valor, mas deve-se à força do dólar que se estende às outras moedas. Desde que Trump foi eleito há uma maior pressão para aumentar a taxa de juro.”

Na opinião de Eduardo Silva, “este movimento também está a ser influenciado pela divergência nas políticas monetárias entre os dois blocos económicos. Enquanto na Europa se espera que o BCE prolongue as medidas de estímulo económico, uma vez que a inflação e o crescimento estão estagnados, nos EUA o mercado espera um aumento da taxa de juro, o que incentiva ainda mais a procura da moeda americana e a consequente valorização da mesma.”

De acordo com o BPI,  “o mercado obrigacionista, o mais sensível à temática da inflação, começa a sinalizar (via subida das yields) que a política económica de Trump (marcada pela descida dos salários e o aumento da despesa pública) criará pressões inflacionistas, que obrigarão a FED a acelerar o processo de aumentos das taxas de juro”, provocando uma valorização do dólar face aos restantes pares cambiais.

Steven Santos reforça que “o diferencial de taxas de juro entre as ‘Treasuries’ e as ‘Bunds’ alargou rapidamente, sobretudo como resultado da venda de obrigações norte-americanas, dada a maior expectativa de subida das taxas de juro de referência pela Fed nos próximos meses.”

 

 

 

 

 

 

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