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Euronext relança programa para preparar empresas portuguesas para a entrada em bolsa

A quinta edição do TechShare conta com a participação de sete tecnológicas com sede em Portugal, mas apenas quatro se quiseram apresentar publicamente: Celfinet, EVA, Polygon e WeTek. Euronext garante que é “um parceiro”.
12 Setembro 2019, 18h00

O programa da Euronext que prepara as tecnológicas para uma futura admissão ao mercado de capitais está de volta. Há sete empresas com sede em Portugal a participar nesta quinta edição (2019-2020) do TechShare, entre as quais a Celfinet, a EVA, a Polygon e a WeTek. As motivações são distintas mas têm um denominador comum: o quarteto de startups está a avaliar a hipótese de recorrer a uma Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla inglesa) nos próximos 18 a 36 meses.

A presidente da Euronext Lisbon lembrou que as empresas fizeram uma escolha concertada ao juntarem-se ao programa e, naquele que é o primeiro dia de ‘estágio’ destas tecnológicas, deu-lhes conselhos: “Banqueiros e consultores vão propor-vos as operações mais variadas (IPO, emissões de obrigações…) e vocês vão ter autonomia e independência para as avaliar e fazer uma escolha devidamente informada. As propostas muitas vezes são tão complexas e detalhadas que podem até definir aquilo que podem ou não dizer. Cada um de vós tem uma empresa e um percurso notável de inovação, desafios pela frente”.

Na apresentação do quinto TechShare, Isabel Ucha afirmou que a Euronext, enquanto bolsa, também tem os seus “desafios de crescimento” e que continuamos “intensamente” comprometida em construir a maior pool de liquidez para as empresas cotadas. Fazendo referência à compra das praças da Irlanda e Noruega, a porta-voz do grupo pan-europeu garantiu: “Não é a nossa intenção parar por aqui”.

Entre serviços de apoio a empresas cotadas, ferramentas de apoio a relações com investidores e de gestão de reuniões ou apoio ao cumprimento do Regulamento de Abuso de Mercado, a Euronext assegura que, neste momento, mantém uma estreita relação com as empresas participantes, que se estende além do momento de um IPO, uma emissão de obrigações ou um aumento de capital. “Temos mais para oferecer. Somos parceiros”, diz Isabel Ucha.

Das 23 portuguesas que estiveram nas últimas quatro edições ainda nenhuma avançou formalmente para um pedido de admissão na bolsa. À quinta poderá ser de vez. Atualmente, o grupo Euronext conta com 482 tecnológicas cotadas, entre 314 ligadas às Telecomunicações, Media e Tecnologias da Comunicação, 106 às Ciências da Vida e 62 à CleanTech.

Filipa Franco, responsável pelas admissões na Euronext Lisbon, afirma que “o processo de reflexão requer tempo e o IPO nem sempre é solução para todas aquelas que participam no programa. Não há nada de anormal no mercado português e os preconceitos têm sido desmistificados ao longo do programa”. “As empresas têm de encontrar o seu momento certo. As condições de mercado também não têm sido favoráveis”, admite Isabel Ucha, realçando que as sociedades de investimento imobiliário (SIGI) poderão dar um novo dinamismo ao mercado de capitais.

O que é o TechShare?

  • Programa pan-europeu pré-IPO para empresas tecnológicas de Portugal, Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Suíça, Irlanda, Itália e Holanda
  • Lançado em 2015, aceita tecnológicas que tenham motivação pessoal para integrar o programa, apresentem uma candidatura com qualidade e demonstrem maturidade
  • O objetivo é familiarizar as empresas tecnológicas (que estejam a ponderar fazer um IPO no período daqui a 18 e 36 meses) com o mercado de capitas
  • Quatro participantes estrangeiras da edição 2015-2016 fizeram um IPO na Euronext: Balyo, Osmozis, Theranexus e Oxatis

O que pretendem as tecnológicas sediadas em Portugal com o programa?

  • Celfinet – Reforçar a estratégia de diversificação, consolidação de produto e atividade de fusões e aquisições
  • EVA – Angariar fundos para financiar o crescimento e internacionalização, solicitação por parte de vários investidores particulares
  • Polygon – Ganhar credibilidade e financiar o crescimento para se tornar uma referência no setor (mecanismos de segurança por identificação biométrica)
  • WeTek – Criar novas pontes com os outros países nos quais opera (Estados Unidos, Brasil, Bósnia ou Coreia) e ganhar credibilidade porque os parceiros norte-americanos associam não estar cotado quase como “não existir” no mercado

A nova versão do programa conta com quatro parceiros institucionais: a sociedade de advogados Morais Leitão, o banco CaixaBank/BPI, a agência Cunha Vaz & Associados e a consultora PwC.

https://jornaleconomico.pt/noticias/euronext-vemos-empresas-que-antes-da-bolsa-estao-tentadas-a-tokenizar-as-suas-acoes-417147

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