O ex-primeiro-ministro António Costa considerou hoje que os resultados das projeções europeias indicam que os socialistas deverão liderar o Conselho Europeu, mas salientou que a escolha depende dos atuais governos.
Para cargos europeus “há sempre uma extensa lista de ex-primeiros-ministros excelentes. Há uma pequena diferença é que os que estão em exercício são os que estão à volta da mesa [para escolher os nomes] e isso faz tudo uma grande diferença”, afirmou, na CMTV António Costa, evitando responder se está disponível para um cargo europeu.
“Há sempre muitas hipóteses. Há cinco anos, quando entrámos para o Conselho [Europeu], a senhora Von der Leyen não era um nome que fosse referido para nenhum dos lugares”, recordou o antigo governante.
“Por isso vamos ver”, limitou-se a dizer António Costa, explicando que, na próxima semana, o Conselho Europeu deve reunir-se para discutir os nomes para os cargos, tendo em conta as eleições europeias deste fim de semana.
No seu entender, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, “tem todas as condições para ser reeleita”, porque o “PPE vai continuar a ser a primeira força” e “nenhum dos grupos da extrema-direita consegue ultrapassar os liberais” no Parlamento.
“Eu diria que a presidente da Comissão Europeia será do PPE e o Conselho Europeu dos socialistas”, comentou António Costa, considerando ainda que o “Parlamento Europeu há-de rodar entre os socialistas e os liberais” ou “entre o PPE e os liberais”.
“Estes resultados europeus são muito interessantes”, afirmou Costa, salientando que o crescimento da extrema-direita não coloca em causa a estabilidade do sistema europeu de partidos.
“Aquilo que é muito claro é que entre o PPE [Partido Popular Europeu, centro-direita], socialistas e liberais há uma maioria clara”, o que assegura uma “perspetiva de estabilidade em relação à orientação da política europeia”, afirmou António Costa, que comentou a possível subida da Iniciativa Liberal, em Portugal, no quadro global.
“Sempre disse que um deputado da IL valeria mais que três deputados do Chega”, porque este partido pertence a um “grupo político que está fora do consenso europeu”.
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