Os cinco membros europeus do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) defenderam que qualquer plano para a reconstrução de Gaza “não deve dar nenhum papel ao Hamas” e deve “garantir a segurança de Israel sem deslocar os palestinianos”.
Os cinco países — Reino Unido, França, Grécia, Dinamarca e Eslovénia — leram uma declaração conjunta, que aparenta ser uma resposta a um plano apresentado pelo Egito na terça-feira numa cimeira árabe sobre a reconstrução do enclave palestiniano.
O plano egípcio praticamente ignorou o papel futuro do Hamas — atualmente o movimento mais amplamente estabelecido na faixa de Gaza, muito à frente de qualquer outro grupo — e apenas referiu os “obstáculos” impostos pelos grupos militantes que lutam contra Israel no território.
A leitura da declaração “europeia” foi vista como um esclarecimento que deixa claro que o grupo islamita palestiniano Hamas deve ser excluído e que os territórios palestinianos de Gaza e da Cisjordânia devem permanecer “unidos sob a Autoridade Palestiniana”.
Os membros europeus apelaram ainda a “Israel para cumprir com as suas obrigações sob o direito internacional e permitir e facilitar a entrega segura, incondicional, massiva e desimpedida de ajuda humanitária em escala”.
“A entrega de ajuda humanitária a civis necessitados não é negociável, de acordo com o direito humanitário internacional”, sublinharam.
A configuração política de Gaza após a sua reconstrução é uma questão complexa: no momento, é o Hamas que está a negociar com Israel para continuar o cessar-fogo, mas tanto Israel quanto os Estados Unidos descartaram completamente qualquer papel para o grupo no futuro.
Até mesmo o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, ponderou a forma de abordar o papel que o Hamas deveria desempenhar: por um lado, disse que “os palestinianos devem escolher quem os governa” e que “eles têm o direito de viver numa democracia”, mas acrescentou que, “neste momento, a estrutura é a Autoridade Palestiniana como representante legítima”.
A ONU mantém contactos regulares com o Hamas em nível operacional para realizar o seu trabalho de assistência — hospitais, escolas e ajuda humanitária — em Gaza, mas a Autoridade Palestiniana, dominada pelo movimento Fatah e onde o Hamas não está representado, é quem ocupa o lugar da Palestina nas Nações Unidas.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com