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“Evento 201”, a simulação que quase previu o surto de coronavírus seis meses antes

O “event 201” simulou a criação de um vírus com origem numa quinta de porcos no Brasil, que depois chegaria a Portugal “numa questão de dias”. O vírus acabaria por vitimar mortalmente 65 milhões de pessoas em todo o mundo.
1 Abril 2020, 16h57

A simulação,de nome “evento 201”, foi idealizada e posta em prática numa colaboração entre a Universidade John Hopkins, o Fórum Económico Mundial e a Fundação Bill e Melinda Gates, recorrendo a uma tipologia de vírus semelhante ao SARS. O evento durou três horas e meia e apresentou conclusões assustadoras, segundo a revista Sábado.

O “event 201” simulou a criação de um vírus com origem numa quinta de porcos no Brasil, que depois chegaria a Portugal “numa questão de dias”. O vírus acabaria por vitimar mortalmente 65 milhões de pessoas em todo o mundo.

No fim das três horas e meia que durou a simulação, uma das principais conclusões foi que o mundo não estaria preparado para enfrentar uma crise desta natureza. Outra das conclusões refere que as cidades da América do Sul seriam especialmente afetadas, e que o vírus seria exportado através de viagens para Portugal, depois para a China e Estados Unidos, espalhando-se por todo o mundo.

Passados seis meses, as semelhanças entre o “evento 201” e a realidade confundiram-se. A pandemia Covid-19 já está presente em quase todos os países, e o número de pessoas infetadas cresce de dia para dia, sem grandes sinais de abrandamento, e com o número de pessoas infetadas por dia a superar aquelas que já conseguiram recuperar.

As recomendações feitas pelos responsáveis pela simulação passam pela colaboração entre vários países e instituições internacionais. Para amenizar os efeitos na economia, sugerem que se estabeleçam “parcerias público-privadas para diminuírem as consequências em grande escala na economia” com o objetivo de evitar “efeitos catastróficos”.

As recomendações indicadas poderão servir como pistas para o que tem de ser feito no presente, ou seja, a universidade John Hopkin em conjunto com o Fórum Económico Mundial, sublinha que devem ser garantidos os stocks de medicamentos e utensílios médicos necessários para a prevenção da doença, e reforçar os apoios para o desenvolvimento de vacinas. Ainda assim, afirmam que as viagens e o comércio não deveriam ser fechados durante a pandemia, por serem “essenciais” para a economia mundial.

Por fim, o combate à desinformação é definido como outra das prioridades, atribuindo prioridade a este problema. Como podemos confirmar na atualidade, a quantidade de informações erradas multiplica-se, como tal, as pessoas deverão ter um especial cuidado com os meios e a maneira como consomem a informação, dando prioridade a sites confiáveis.

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