[weglot_switcher]

Ex-BES Miami vendido ao suíço Joseph Benhamou

O BES conseguiu vender ex-BES Miami, soube o Jornal Económico. Depois de ter falhado o acordo para a venda aos venezuelanos, o banco que está em processo de liquidação, conseguiu chegar a acordo com os donos do suíço CBH para comprar o atual Brickell Bank.
4 Fevereiro 2018, 17h43

O actual Brickell Bank, ex-BES Miami, detido pelo BES (mau) foi finalmente vendido.

Em comunicado publicado no site, a que o Jornal Económico teve acesso, datado de 29 de janeiro, é dito que G. Frederick Reinhardt, presidente e CEO do Brickell Bank de Miami, anunciou que o banco que dirige e o seu principal acionista Banco Espírito Santo – em liquidação – chegaram a um acordo com Joseph Benhamou, da Suíça, Genebra, e alguns membros da sua família, para a venda do banco. A operação está condicionada à aprovação dos reguladores.

O BES já tinha tentado  fechar um acordo com a família venezuelana Benacerraf, para a venda do Brickell Bank, mas o acordo caiu no fim de 2016. Em cima da mesa estava um valor: 15 milhões de euros.

Neste acordo de venda não há valores divulgados.

“A família Benhamou possui um longo histórico no setor bancário internacional, com grande experiência, principalmente, em private banking e gestão de património”, diz o comunicado.

“Estamos empenhados em trabalhar lado a lado com Benhamou”, diz Frederick Reinhardt no comunicado que assume o compromisso de em parceria com os novos acionistas de aumentar os ativos sob gestão e fortalecer a base de clientes. O ex-BES Miami é um banco muito focado no private banking e gestão de património.

“O Brickell Bank, sediado na Avenida Brickell, garante que vai continuar a expandir a sua estratégia central de oferecer serviços de gestão de património e serviços bancários individuais e corporativos, empréstimos imobiliários residenciais e comerciais, seguros e serviços de trade finance para clientes individuais, empresas e instituições, tanto a nível doméstico como a nível internacional.

A aliança traz a oportunidade à família Benhamou de passar a deter uma plataforma bancária em Miami e a capacidade de servir os clientes latino-americanos, “com as mais de quatro décadas de experiência do banco”, diz o comunicado.

A família Benhamou  possui uma participação maioritária no CBH – Compagnie Bancaire Helvétique, um banco privado, independente,  e de cariz familiar, que nasceu em 1975 em Genebra. O CBH possui subsidiárias em  Nassau, Londres, Hong Kong e Telavive.

O CBH tem 8,5 mil milhões de dólares de ativos sob gestão. Um rácio de capital Tier I de 32% e emprega 170 colaboradores.

O Brickell Bank, constituído em 1973, opera nas áreas de gestão de patrimónios, para clientes de private banking, detém uma corretora  (a Brickell Global Markets), e oferece serviços de consultoria de investimentos, através de uma sociedade chamada Brickell Global Advisor, sediada na Florida, além de seguros através da Brickell Global Insurance.

O ex-BES Miami esteve, segundo o Jornal Expresso, na mira das autoridades de regulação financeira dos Estados Unidos por terem concluido que durante 10 anos, entre 2003 e 2013, o banco que o BES tinha na Florida escondeu deliberadamente a identidade de 23 clientes não americanos que eram, na realidade, clientes do BES Panamá, e que aplicaram de forma irregular, mais de 23 milhões de dólares em títulos no mercado financeiro americano. A ocultação dos verdadeiros beneficiários desse dinheiro foi considerada uma violação grave da lei americana de prevenção de branqueamento de capitais e levou a que a Securities and Exchange Commission (SEC) tenha aplicado mais de um milhão de dólares em coimas, avançou o Expresso há um ano.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.