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Ex-donos do Kabum e Magalu desentendem-se por pagamento milionário

Os irmãos Thiago e Leandro Ramos, ex-proprietários da empresa Kabum, estão agora em disputa legal com o Magazine Luiza.
16 Junho 2024, 15h30

Recentemente, uma disputa empresarial capturou a atenção do público e dos investidores no Brasil. Os irmãos Thiago e Leandro Ramos, ex-proprietários da conhecida empresa Kabum, estão agora em disputa legal com o Magazine Luiza. Os detalhes dessa situação, revelados inicialmente pelo E-Investidor do Estadão, destacam uma complexa negociação envolvendo enorme quantia de ações.

Em janeiro de 2024, surgiu uma grande discussão acerca do não pagamento de um montante de mil milhões de reais em ações do Magazine Luiza aos irmãos Ramos, um acordo proveniente da venda da Kabum. O ocorrido levou os irmãos a solicitarem uma interpelação judicial que busca clarificações da retalhista, de Luiza Helena Trajano e de outros executivos sobre tal pendência.

Por que os irmãos Ramos acionaram o Magazine Luiza?

Segundo relatos, estava previsto que os irmãos Ramos deveriam receber, até o final de janeiro de 2024, ações equivalentes a mil milhões de reais, condicionado ao Magazine Luiza atingir um EBITDA de 684,4 milhões de reais no período entre junho de 2021 e dezembro de 2023. Dados financeiros apontam que a empresa superou essa marca, registando um EBITDA de 870,5 milhões de reais apenas em 2023, e de 1,9 mil milhões de reais em 2022.

Qual a principal discórdia?

O cerne da disputa repousa sobre as condições estabelecidas para o pagamento das ações. De um lado, o Magazine Luiza defende que havia uma quantidade fixa de 50 milhões de ações a serem pagas, independentemente do valor desses papéis na data acordada. De outro, os irmãos Ramos afirmam que a empresa estava comprometida a lhes pagar R$ 1 bilhão em ações, desconsiderando a quantidade específica de papéis.

O que dizem as partes envolvidas?

O Magazine Luiz, por meio de comunicado, sustenta que cumpriu todas as cláusulas contratuais, mencionando que o pagamento e a transmissão de ações foram completos conforme o previsto. No entanto, os irmãos Ramos discordam e, após o pedido feito em janeiro, equivalentes a 505 milhões de ações, foram notificados que o pedido foi realizado de forma incorreta, segundo as regras do contrato, resultando na perda do direito às 50 milhões de ações negociadas.

Este desentendimento reforça a complexidade dos acordos comerciais de grande porte e destaca a importância de um acompanhamento diligente das condições pactuadas. Além disso, reflete sobre como a interpretação das cláusulas contratuais pode variar entre as partes envolvidas, levando à necessidade de mediações e arbitragens para resolver tais diferenças.

A empresa afirma ter completado o acordo com a transferência das 75 milhões de ações inicialmente acordadas mais mil milhões de reais em dinheiro. Os irmãos Ramos contestam a interpretação do Magalu sobre as condições de pagamento das ações adicionais. Atualmente, o caso segue para a arbitragem, onde se espera uma resolução definitiva sobre a questão.

Conforme evoluem as negociações e procedimentos de arbitragem, tanto o mercado quanto os envolvidos aguardam ansiosamente pela resolução deste conflito, que certamente estabelecerá importantes precedentes para futuras negociações no mundo empresarial brasileiro.

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