O excedente externo português cresceu em outubro, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) esta quarta-feira, que mostram que este indicador chegou aos 1381 milhões de euros.
A nota do banco central dá ainda conta de uma diminuição do saldo da balança comercial portuguesa em 329 milhões de euros em relação ao mês homólogo, um fenómeno explicado pelo aumento do excedente da balança de serviços, que não foi suficiente para compensar o agravamento do défice da balança de bens.
Este último indicador aumentou 905 milhões de euros em relação a outubro de 2020, passando assim para 1756 milhões de euros, o que reflete um crescimento das exportações inferior ao das importações. Estas aumentaram 4,3% e 18,5%, respetivamente. Ainda assim, tanto o valor das exportações como o das importações foram superiores aos registados antes da pandemia, detalha a nota do BdP, bem como em relação ao mês anterior.
Olhando exclusivamente para a componente dos serviços, as exportações e as importações aumentaram, respetivamente, 46,7% e 26,8% relativamente a outubro de 2020, embora se tenham mantido em níveis inferiores aos observados antes da pandemia.
“Em particular, os crescimentos homólogos das exportações e das importações de viagens e turismo em, respetivamente, 109,2% e 73,2% contribuíram para melhorar o saldo desta rubrica em 510 milhões de euros. No entanto, os valores das exportações e das importações de viagens e turismo registados em outubro de 2021 correspondiam a, apenas, 80,2% e 88,8% dos observados em outubro de 2019”, precisa a nota.
Já no que respeita à balança financeira, esta registou um saldo positivo de 1.932 milhões de euros, um aumento em relação aos 1.491 milhões de euros registados no mês anterior. Esta melhoria foi motivada, explica o BdP, pela diminuição de títulos de dívida pública de longo prazo detidos por entidades não residentes e por investimentos, por um lado, dos bancos residentes em títulos de dívida pública de longo prazo emitidos por países da União Monetária e, por outro, do setor financeiro não bancário e dos particulares em unidades de participação emitidas por fundos de investimento não residentes.
Em sentido contrário, este aumento foi menor devido ao desinvestimento do Banco de Portugal e dos outros bancos em títulos de dívida emitidos por entidades da União Monetária, ao aumento das responsabilidades das administrações públicas, devido ao empréstimo que estas obtiveram no âmbito do programa SURE em maio de 2021, e à aquisição, por parte de entidades não residentes, de capital de empresas portuguesas do mesmo grupo.
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