O agravamento dos números da pandemia de covid-19, que levou a um reforço das medidas restritivas para controlar a situação, e as solicitações dos partidos políticos para terem conhecimento da interpretação dos relatórios da Direção-Geral da Saúde (DGS) pelos técnicos para se poderem tomar medidas adequadas, levou à marcação de uma nova reunião no Infarmed para analisar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal. O encontro surge numa altura em que Portugal enfrenta uma segunda vaga da pandemia que levou a um forte aumento de novos casos da Covid-19, internamentos e doentes em unidades de cuidados intensivos.
Fonte parlamentar revelou ao Jornal Económico que a convocatória chegou aos partidos políticos com assento parlamentar nesta quarta-feira, 18 de novembro, dando conta de que o regresso destas reuniões “surge numa fase de agravamento da pandemia e da necessidade de interpretação técnica dos dados da DGS, reclamada pelos partidos, para se poderem tomar medidas, bem como de avaliar o efeito das medidas mais restritivas tomadas nos últimos 14 dias para aferir a necessidade de novas medidas ou deixar cair algumas que estão em execução”.
Recorde-se aqui que o Governo prepara-se para criar três níveis de escalonamento nos concelhos com casos de Covid-19, e ajustar as medidas restritivas em função da grau de risco. Assim, só os concelhos com mais de 960 novos casos de Covid-19 (por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias) é que serão abrangidos por medidas como as que vigoram agora de recolher obrigatório a partir das 13h ao fim de semana.
A convocatória para a reunião no Infarmed surge, assim, um dia após os partidos estão a ser ouvidos por Marcelo de Rebelo na nova ronda de audições em Belém sobre a renovação do estado de emergência por mais 15 dias. No encontro com o Presidente da República foi sinalizado que o atual período de estado de emergência vigora até à próxima segunda-feira, dia 23, sendo que ainda esta semana o Presidente deverá propor ao Governo um novo decreto, que o submeterá à Assembleia para aprovação. A ideia é que a partir do dia 24 de novembro já esteja em marcha novo período de emergência, que vai vigorar por mais 15 dias (até 8 de dezembro).
Esta sessão – que marca o regresso daquelas que ficaram conhecidas como as “reuniões do Infarmed” -, de acordo com fonte parlamentar, “será importante” para acertar as medidas a adotar a partir de 23 de novembro, quando o continente português, entrar novamente em estado de emergência que deverá ser renovado no início da próxima. O encontro surge, mais de dois meses depois da ultima reunião, realizada a 7 de setembro no Porto, quando o país se preparava para entrar em situação de contingência e ainda não tinham sido tomadas as medidas restritivas como o recolhimento obrigatório nos concelhos de maior risco, o regresso da obrigatoriedade do teletrabalho e outras medidas como o uso obrigatório de máscara na rua e a proibição de ajuntamentos, nomeadamente a realização de celebrações e de outros eventos, superiores a cinco pessoas, salvo se pertencerem ao mesmo agregado familiar.
Desta vez nas instalações do Infarmed, em Lisboa, o primeiro-ministro, António Costa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, voltam a juntar-se a líderes partidários e parceiros sociais para ouvir técnicos e especialistas sobre a situação da pandemia em Portugal.
Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais 4.452 novos casos (uma variação de 1,97%) e 81 mortes (um aumento de 2,33%) relacionadas com a Covid-19. Os dados constam do mais recente boletim epidemiológico da DGS, revelado esta terça-feira, 17 de novembro. No total, já se contabilizaram 230.124 infeções e 3.553 óbitos.
Em internamento estão, de momento, 3.028 pessoas (menos 12), sendo que destas 431 estão em Unidades de Cuidados Intensivos (mais cinco).
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com