O ministro das Infraestruturas congratulou-se hoje com as notícias sobre a execução do penhor da ações da Pasogal, o acionista maioritário da Serviços Portugueses de Handling (SPdH)/Groundforce.
O “Expresso” revelou na terça-feira que o banco Montepio já avançou com a execução do penhor das ações. Se o empresário Alfredo Casimiro não regularizar a situação, pode perder as ações.
“As notícias dizem que a entidade bancaria que tinha o penhor já deu início ao processo de execução. A entidade não confirmou, mas se isso for verdade, abre-se uma nova perspetiva para a resolução do problema da Groundforce”, disse Pedro Nuno Santos esta quarta-feira, 24 de março, no Parlamento.
A companhia de handling é detida pela Pasogal (50,1%) de Alfredo Casimiro, e pelo grupo TAP (49,9%), detida em 72,5% pelo Estado português.
“Um dos principais problemas da resolução da situação é exatamente o atual acionista privado. Disse que não estava vendedor da sua posição, mas também não tem dinheiro para lá meter”, destacou o governante.
“Se as notícias que dão conta da execução de penhor forem confirmadas, são uma boa noticia”, afirmou o ministro na comissão parlamentar de economia.
A carta a pedir a execução das ações foi enviada para a Pasogal na segunda-feira. Questionado pelo Expresso, o banco não quis comentar. Outra parte das ações da Pasogal, uma pequena percentagem, foi dada como penhor ao Novo Banco noutro empréstimo.
Sobre o futuro da Groundforce, o governante não quis avançar com detalhes, mas apontou: “Há vários caminhos possíveis, não são fáceis”.
Depois de quase um mês de atraso, os trabalhadores da Serviços Portugueses de Handling (SPdH)/Groundforce receberam finalmente esta semana os seus salários em atraso relativamente ao mês de fevereiro.
O pagamento integral dos salários da empresa de assistência de bagagens, carga e passageiros nos aeroportos nacionais foi feito no dia 22 de março.
Os salários foram pagos depois de a TAP ter chegado a acordo com a Groundforce para comprar o seu equipamento. A companhia aérea depois aluga de volta os equipamentos à Groundforce para que a empresa possa prosseguir a sua atividade.
A operação – conhecida por sale & lease back – vai ficar fechada por 6,97 milhões de euros, ” valor esse que é o necessário e suficiente para que a SPDH (Groundforce) possa pagar os salários de fevereiro de 2021 e Março de 2021, bem como os correspondentes impostos de Março de 2021″, segundo anunciou a TAP na semana passada.
Além de acionista minoritário, a TAP é também o maior cliente da Groundforce, sendo responsável por 70% da operação.
O acordo entre a empresa de handling e a companhia prevê que os equipamentos possam ser comprados de volta em 60 dias, segundo avançou a CT da empresa na sexta-feira passada.
Entre os equipamentos que a Groundforce vai vender à TAP encontram-se: tratores, ‘push backs’ (rebocadores), escadas e autocarros, “entre outros equipamentos que configuram a atividade de handling”, conforme descreveu o presidente do conselho de administração da TAP, Miguel Frasquilho, na quinta-feira no Parlamento.
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