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Explorer negoceia com bancos compra do Discovery com desconto de 10%

A Explorer Investments – Sociedade de Capital de Risco está a negociar com os bancos BCP, Caixa Geral de Depósitos, Novobanco e Oitante a compra do Discovery Portugal Real Estate Fund, cujo Net Asset Value (valor líquido dos ativos) está entre os 800 milhões e os mil milhões de euros, segundo fontes conhecedoras do negócio.
1 Julho 2025, 07h00

A Explorer Investments – Sociedade de Capital de Risco está a negociar com os bancos BCP, Caixa Geral de Depósitos, Novobanco e Oitante, a compra do Discovery Portugal Real Estate Fund, cujo Net Asset Value (valor líquido dos ativos) está entre os 800 milhões e os mil milhões de euros, segundo fontes conhecedoras do negócio.

A proposta de compra que está em cima da mesa dos bancos inclui um desconto de 10% sobre o valor do fundo. Os bancos ainda não aceitaram a proposta da Explorer, porque nem todos os bancos estão de acordo com as condições.

O acordo com banca pretendido pela Explorer inclui ainda financiamento bancário, para além de equity, e de dívida mezzanine no mercado.

A expectativa, segundo fontes ligadas ao processo, é que, se os bancos aceitarem as condições, que a venda do Discovery seja fechada até ao fim do ano.

O Net Asset Value (valor líquido dos ativos) do Discovery tem vindo a crescer significativamente todos os anos. Em 2023, o fundo contava com uma subida do valor de 35% em sete anos.

O fundo de promoção turística Discovery explora mais de 40 ativos hoteleiros em Portugal, incluindo o Six Senses Douro Valley, o Hotel da Praia Verde e o Eden Resort, no Algarve.

Este tem sido um processo longo. Os bancos têm vindo a vender as unidades de participação em fundos de reestruturação, que têm um peso relevante no seu capital, mas as negociações com a Explorer têm sido mais demoradas.

Recorde-se que os donos do fundo Discovery são o BCP, a Caixa Geral de Depósitos, o Novobanco, a Oitante, o Banco Montepio, o Crédito Agrícola e o Bison Bank (estes três com participações mais pequenas).

“O Discovery é um fundo relevante e interessante, pelo que é natural que tenha, no mercado, interessados na sua compra. Sabemos que há vários interessados”, diz fonte da banca que sublinha que  “não venderá a qualquer preço”.

Contactados os bancos e a Explorer não comentaram.

O contrato de gestão do Discovery remonta a uma altura em que a regra do supervisor bancário era dar a máxima independência às sociedade gestoras para que os bancos retirassem esses ativos dos seus balanços. Mas mais tarde o supervisor bancário acabou a penalizar no capital os bancos com estas participações financeiras.

O Fundo Discovery – constituído em 2012 e tendo concluído o investimento em 2015 – foi, ao longo dos anos, alvo de divergência entre a Explorer e os bancos, nomeadamente por causa das regras de comissionamento e das condições contratuais iniciais que consistem numa comissão fixa sobre o valor do fundo (quanto maior o valor do fundo, maior a comissão) e numa comissão variável em função da mais-valia resultante da venda dos ativos.

A Explorer tem um contrato de gestão do Discovery até 2027, por isso a venda antecipada do fundo implica que a sociedade gestora deixe de receber as comissões que estão contratadas até à maturidade do fundo que é, no máximo, de 15 anos.

Em 2023 os mesmos bancos Caixa Geral de Depósitos, BCP, Novobanco e Oitante (e ainda o Santander) venderam os fundos de reestruturação que estavam a ser geridos pela ECS à  DK Partners por 850 milhões, o que traduziu um desconto de 30% a 40% face ao Net Asset Value.

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