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Exportações alemãs sobem marginalmente em outubro contra previsões do mercado

Esta performance foi conseguida à custa das vendas dentro da UE, que subiram 2,7% em cadeia, enquanto as exportações para os EUA desceram 7,8% em relação a setembro, tal como para a China, que caíram 5,8% em cadeia.
9 Dezembro 2025, 13h55

As exportações alemãs subiram em outubro ao contrário do esperado pelo mercado, com as vendas para outros países da UE a darem um forte e importante impulso à componente externa germânica numa altura em que os mercados norte-americano e chinês mostram quedas acentuadas.

Os dados divulgados esta terça-feira mostram uma subida de 0,1% em cadeia das exportações alemãs em outubro, um aumento marginal, mas que contraria a expectativa de queda de analistas e investidores. Segundo o levantamento da Reuters, a projeção era de um recuo de 0,5%.

Esta performance foi conseguida à custa das vendas dentro da UE, que subiram 2,7% em cadeia, contrariando a queda de 3,3% para o resto do mundo. Em sentido inverso, as exportações para os EUA desceram 7,8% em relação a setembro, o que se traduz numa queda de 8,3% em termos homólogos.

Na mesma linha, as vendas para a China continuaram a cair, recuando 5,8% em cadeia. Ainda assim, o cenário do lado das importações é distinto, “ilustrando uma relação cada vez mais assimétrica”, consideram os analistas do banco ING perante a subida de mais de 10% das importações chinesas este ano.

“Os dados divulgados ontem do comércio internacional chinês sugerem que a tendência de a China redirecionar exportações para a Europa, muitas vezes a preços de dumping, irá acelerar”, lê-se na nota do ING. Recorde-se que as exportações chinesas cresceram 5,9% em termos homólogos em novembro, invertendo a queda de 1,1% no mês anterior.

Apesar de a leitura de outubro ter contrariado as expectativas, o ING alerta que dificilmente a componente externa será suficiente para inverter a tendência negativa da economia alemã como um todo. As tarifas dos EUA continuam a ser um problema e “só devem mostrar o seu impacto total nos próximos meses”, enquanto “os exportadores enfrentam um triplo choque da China: procura chinesa mais fraca, concorrência de produtores chineses mais aguerrida noutros mercados e no principal mercado alemão, a UE, e a dependência de terras raras chinesas”.

“Dados os atuais desafios estruturais, é precisa muita imaginação para ver o regresso rápido do sector exportador como motor poderoso do crescimento alemão”, remata a nota.


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