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Exportações chinesas abalam bolsas asiáticas e levam pessimismo à Europa

Os índices chineses tiveram mesmo o pior dia deste o passado mês de outubro, devido à queda de mais de 20% das exportações em fevereiro. O Shanghai e o China A50 encerraram a sessão com uma queda superior a 3% e 4%, respetivamente.
8 Março 2019, 12h15

Os últimos dados macroeconómicos da China penalizaram as bolsas asiáticas e estão igualmente a prejudicar o desempenho das praças europeias. Os índices chineses tiveram mesmo o pior dia deste o passado mês de outubro, devido à queda de mais de 20% das exportações em fevereiro.  A China registou igualmente uma forte descida do excedente comercial, para 4200 milhões de dólares, dos anteriores 39.160 milhões de dólares (janeiro). O deslize das exportações de bens da China aguçou os receios de uma desaceleração económica a nível mundial.

“A leitura que se faz destes dados é duplamente negativa. Como descrevemos, estes números têm um impacto negativo no PIB da China e a descida mais expressiva das importações sinaliza uma procura doméstica menos dinâmica”, explicam os especialistas do CaixaBank/BPI Research, no habitual ‘Diário de Bolsa’.

Nos mercados financeiros, esses receios sentiram-se: o índice Shanghai e o China A50 encerraram a sessão com um tombo 4,40% (3.969,86 pontos) e de 3,46% (12.298,11 pontos), respetivamente. Também o Nikkei (-2%, para 21.026 pontos), o Hang Seng (-1,91%, para 28.230 pontos) e o Kospi (-1,31%, para 2.137,44 pontos) recuaram no fecho das negociações.

“É o receio de uma desaceleração global mais forte do que o esperado, embora acreditemos que se trata mais de um problema da China do que de um problema global”, referem os analistas do banco espanhol Bankinter, num research de mercado enviado esta manhã. Segundo Carla Maia, senior broker da XTB, estes números criam “uma ‘nova onda’ de preocupações em relação, tanto ao consumo interno, com a diminuição das importações de mais de 20%, quanto à diminuição das exportações, uma vez que é um dos maiores produtores mundiais”. “No entanto, a contribuir pode ter estado o Novo Ano Lunar, época de férias na China”, diz.

A Europa está igualmente pintada de ‘vermelho’. O principal índice português, PSI-20, está a cair 0,62%, para 5.207,48 pontos. Já o alemão DAX perde 0,69%, o britânico FTSE 100 recua 0,90%, o francês CAC 40 desvaloriza 0,45%, o espanhol IBEX 35 desce 1,04% e o holandês AEX diminui 0,91%, o italiano FTSE MIB perde 0,84%. O Euro Stoxx 50 resvala 0,63%.

“O tombo do índice Shanghai Composite deu o mote para o ambiente de correção nas congéneres europeias, que ainda reflete as conclusões da reunião do Banco Central Europeu, pelo menos, a avaliar pelo comportamento da banca. Os fracos dados da balança comercial chinesa e das encomendas às fábricas alemãs trazem dúvidas quanto ao outlook económico mundial”, afirma, por sua vez, Ramiro Loureiro, trader do Millennium bcp.

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