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Exportações chinesas para os países lusófonos atingem novo recorde até março

De acordo com informação do Serviços de Alfândega da China, divulgada na segunda-feira, as mercadorias vendidas para os mercados lusófonos até março atingiram 19,7 mil milhões de dólares (17,3 mil milhões de euros).
29 Abril 2025, 19h44

As exportações chinesas para os países de língua portuguesa tiveram o melhor arranque de ano de sempre, aumentando 2,3% nos primeiros três meses, em comparação com igual período de 2024, segundo dados oficiais.

De acordo com informação do Serviços de Alfândega da China, divulgada na segunda-feira, as mercadorias vendidas para os mercados lusófonos até março atingiram 19,7 mil milhões de dólares (17,3 mil milhões de euros).

Este é o valor mais elevado para um primeiro trimestre desde que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) começou a apresentar estes dados, em 2013.

Os dados divulgados revelam que a principal razão para o novo recorde foi Angola, cujas importações vindas da China mais que duplicaram, para 1,58 mil milhões de dólares (1,39 mil milhões de euros).

Ainda assim, e apesar de uma descida homóloga de 2%, o Brasil continua a ser o maior comprador no bloco lusófono, com as mercadorias chinesas vindas da China a atingirem 15,8 mil milhões de dólares (13,9 mil milhões de euros).

Em terceiro na lista, agora atrás de Angola, vem Portugal, que comprou à China produtos no valor de 1,48 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros), mais 1,3% do que nos primeiros três meses de 2024.

Na direção oposta, as exportações dos países de língua portuguesa para a China caíram 30,1% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com igual período do ano passado.

Entre janeiro e março o bloco lusófono vendeu mercadorias no valor de 24,5 mil milhões de dólares (21,5 mil milhões de euros) para o mercado chinês.

Este é o valor mais baixo para os três primeiros meses de um ano desde 2020, no início da pandemia de covid–19.

A descida deveu-se sobretudo ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas caíram mais de um terço (34,1%) para 19,3 mil milhões de dólares (16,9 mil milhões de euros).

Além disso, também o segundo maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, Angola, viu as exportações decrescerem 10,6% para 3,87 mil milhões de dólares (3,42 mil milhões de euros).

Da mesma forma, as vendas de mercadorias de Portugal para a China diminuíram 14,4% para 635,3 milhões de dólares (557,5 milhões de euros).

Pelo contrário, as exportações de Moçambique subiram 18,5% para 484,5 milhões de dólares (425,2 milhões de euros).

Já as exportações da Guiné Equatorial para o mercado chinês desceram quase um terço (32,1%), para 204 milhões de dólares (179 milhões de euros).

Também as vendas de Timor-Leste e São Tomé e Príncipe encolheram 97,4% e 53,2%, respetivamente, embora nenhum dos dois países tenha exportado mais de três mil dólares (cerca de 2.600 euros) em mercadorias para a China.

Já Cabo Verde e a Guiné-Bissau não venderam quaisquer produtos para o mercado chinês nos primeiros três meses de 2025.

A China registou um défice comercial de 4,79 mil milhões de dólares (4,21 mil milhões de euros) com o bloco lusófono entre janeiro e março.

Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 44,2 mil milhões de dólares (38,8 mil milhões de euros), menos 18,6% do que no mesmo período do ano passado.

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