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Exportações de calçado crescem 3,8% em volume e 2,1% em valor até setembro

Em comunicado, a Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) afirma que o setor “consolidou em setembro o ciclo de crescimento observado ao longo de 2025, reforçando a sua posição nos principais mercados internacionais” e ganhando quota face aos principais concorrentes.
Paulo Whitaker/REUTERS
25 Novembro 2025, 12h05

Portugal exportou até setembro 53,3 milhões de pares de sapatos no valor de 1.321,7 milhões de euros, mais 3,8% em quantidade e 2,1% em valor face ao período homólogo, anunciou hoje a associação setorial.

Em comunicado, a Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) afirma que o setor “consolidou em setembro o ciclo de crescimento observado ao longo de 2025, reforçando a sua posição nos principais mercados internacionais” e ganhando quota face aos principais concorrentes.

Destacando a “forte capacidade competitiva do setor num contexto internacional desafiante e marcado por instabilidade em mercados estratégicos, como a Alemanha ou França”, a APICCAPS salienta o crescimento do calçado de segurança (+17% em valor), do calçado para criança (+6%) e do calçado em materiais têxteis (+18,8%).

Já o calçado em couro, o principal agregado das exportações portuguesas, “manteve estabilidade em valor, contrariando o ambiente global de forte pressão sobre margens e preços médios”.

Nos primeiros nove meses do ano, a Europa continuou a ser o principal destino do calçado português, absorvendo cerca de 80% das exportações, tendo as vendas para o mercado europeu crescido 5,9% em quantidade (para 47 milhões de pares) e 4,4% em valor (para1.098 milhões de euros).

A associação destaca os aumentos registados na Alemanha (+11,3%, para 372 milhões de euros) e em Espanha (+20,6%, para 139 milhões de euros), enquanto França, um mercado “historicamente central” para o setor, registou um ligeiro recuo de 0,4%, para 263 milhões de euros.

Fora da Europa, manteve-se a recuperação nos Estados Unidos, após um início de ano “marcado por forte volatilidade”.

Embora este mercado registe ainda um recuo de 7,9% até setembro, está já longe das quebras mais pronunciadas do primeiro trimestre.

Nos mercados asiáticos, a APICCAPS aponta os crescimentos na Coreia do Sul (+18,2%) e no Japão (+4,8%), com as vendas para ambos estes mercados a aproximarem-se dos três milhões de euros.

Citado no comunicado, o presidente da associação considera que estes resultados “refletem a enorme capacidade de adaptação da indústria portuguesa num momento de grande complexidade”.

Afirmando que a indústria nacional “soube ajustar-se rapidamente às novas dinâmicas de consumo”, Luís Onofre sublinha que “o setor está, na sequência dos investimentos em curso, mais preparado para competir globalmente”.

Para a APICCAPS, os dados do mês de setembro assumem “uma relevância especial ao confirmar a inversão da tendência negativa registada em 2024 e ao consolidar a trajetória de recuperação iniciada no início de 2025”.

Algo que, enfatiza Onofre, “não acontece por acaso”, mas “é o resultado de uma estratégia coletiva e um forte investimento”.

Com estes resultados, o dirigente associativo acredita que 2025 terminará como “um ano de estabilização e reposicionamento estratégico”, marcando “um novo ciclo de afirmação internacional da indústria portuguesa de calçado”, num período que “está a ser muito difícil para o setor do calçado no plano internacional”.

A este propósito, a associação enfatiza o facto de a ‘performance’ portuguesa continuar a superar a dos concorrentes, o que lhe tem permitido ganhar quota de mercado.

Segundo dados do Eurostat, até agosto, a indústria italiana recuou 1,3% e a Espanha 3,3%, enquanto a Turquia registou uma quebra acumulada das exportações na ordem dos 13%.

Quanto ao maior ‘player’ internacional do setor, a China, que tem uma quota na produção mundial de 56%, estava a cair 9,1% no acumulado entre janeiro e setembro.


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