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Extrema-direita entra pela primeira vez no parlamento português em democracia

Portugal deixa, na terça-feira, de pertencer ao “clube” dos países da União Europeia (UE) sem extrema-direita no parlamento (Irlanda, Luxemburgo e Malta), após a eleição do deputado do Chega André Ventura, nas legislativas.
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    Miguel A. Lopes/Lusa
23 Outubro 2019, 08h14

André Ventura, conhecido por ser adepto e comentador televisivo de um clube de futebol, o Benfica, com uma carreira política curta, depois de uma experiência autárquica, eleito vereador pelo PSD, em Loures, foi o último dos deputados do círculo de Lisboa a ser eleito na noite das eleições.

Ao todo, o Chega, que se define como conservador, obteve, no continente e ilhas, mais de 66 mil votos, 22 mil dos quais no distrito de Lisboa.

A extrema-direita europeia já está presente na quase totalidade dos parlamentos nacionais dos Estados-membros da UE, agora com a exceção da Irlanda, do Luxemburgo e de Malta.

Os partidos sob a denominação de extrema-direita são muito heterogéneos, incluindo populistas, nacionalistas, ultraconservadores e até neonazis, e cresceram nos países da UE a partir da combinação da crise económica, as migrações, o descrédito na política e a desconfiança nas instituições.

Sozinhos ou em coligação, partidos de extrema-direita não só entraram na grande maioria dos Parlamentos nacionais como conseguiram subir ao poder em nove países europeus.

Partidos considerados de extrema-direita governam sozinhos na Polónia, Hungria e República Checa e em coligação em Itália, Áustria, Finlândia, Letónia, Eslováquia e Bulgária.

Além disso, na Dinamarca, o Partido do Povo Dinamarquês dá apoio pontual ao partido do Governo e em França o partido de Marine de Pen ganha terreno.

A Câmara dos Comuns, no Reino Unido, não tem representantes da extrema-direita, apesar de o Partido da Independência do Reino Unido (UKIP) estar representado na Câmara dos Lordes.

Finlândia e Itália já tiveram governos de coligação com a extrema-direita, mas esses executivos caíram.

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