A Fábrica de Calçado ‘A Mundial’, da região de Felgueiras, aderiu a um PER – Processo Especial de Revitalização, instrumento através do qual vai estabelecer negociações com os credores, para a revitalização da atividade, consolidação do negócio e escalonamento da dívida. A Mundial opera apenas para os mercados externos e acumulou uma dívida da ordem dos três milhões de euros – o que, para a dimensão da empresa, que gera cerca de cinco milhões de volume de negócios anual, acabou por tornar-se num problema.
Paulo Marques, consultor da administração (liderada pelo empresário Vítor Lopes), disse ao Jornal Económico que “o recurso ao PER deu-se para criar condições para a reestruturação financeira e operacional da empresa”, que está longe de ter a atividade em causa.
O problema é unicamente o do acumular das dívidas às instituições financeiras – nomeadamente, adiantou aquele responsável, aos bancos Santander, Caixa Geral de Depósitos, BCP e Crédito Agrícola. Ao contrário do plano que costuma acompanhar os PER, a Mundial não vai propor às instituições financeiras qualquer redução da dívida: “nada disso; não queremos nenhum perdão da dívida”, mas apenas o escalonamento do seu pagamento – o que evidencia que a sobrevivência da empresa não está em causa.
A proposta deverá ser entregue às instituições financeiras a meio deste mês, e o consultor da empresa não prevê que qualquer delas coloque entraves ao que estiver em cima da mesa – tanto mais que, como frisou, “a Mundial quer cumprir todas as obrigações” decorrentes das dívidas que contraiu. O PER foi solicitado a meio do passado mês de janeiro, decorrendo neste momento o período de reclamação de créditos.
Paulo Marques especificou que a empresa não tem qualquer dívida a fornecedores – “todos eles empenhados em auxiliar a administração a salvar a empresa” – nem tão pouco aos trabalhadores: “não há qualquer salário ou subsídio em falta e os pagamentos de fevereiro vão ser efetuados” nos prazos normais.
A empresa “tem 77 colaboradores e condições financeiras para cumprir todas as suas obrigações”, disse ainda o consultor da empresa de calçado.
A produção, dirigida integralmente para os mercados externos, segue para Inglaterra, Austrália, Holanda, Canadá e França – e cumpre com diversos segmentos: “fazemos calçado para os segmentos altos do mercado no que diz respeito a Inglaterra, e para os segmentos mais baixos no que tem a ver com o Canadá, por exemplo”.
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