A fábrica de cervejas de Isabel dos Santos em Angola está em risco de fechar, avisa o presidente da empresa, citado pela revista angolana Valor Económico.
A Sodiba, que emprega 500 trabalhadores, produz as cervejas Luandina e a portuguesa Sagres para o mercado angolano, e arrisca-se a falir por não conseguir colocar em prática o programa de investimento previsto devido à decisão do Tribunal de Luanda de arrestar as participações de dois dos acionistas da empresa: Isabel dos Santos e o seu marido Sindika Dokolo.
“Temos feito um percurso de crescimento e estamos a ter bons resultados com o crescimento da quota de mercado, a nível nacional, e a conquista de contratos a nível internacional. Mas, sem a capacidade de os accionistas apoiarem, o risco de colapso será uma realidade a curto prazo”, disse o presidente executivo da Sodiba, Luís Correia à Valor Económico, numa notícia datada de 4 de fevereiro.
O gestor aponta que para este ano é necessário investir 1,5 mil milhões de kwanzas [2,7 milhões de euros] em vasilhames. “Isto é o mínimo para permitir às marcas crescerem em linha com as necessidades da empresa”, destaca.
Luís Correia apontou que somente a partir de 2021 é que a empresa vai dispensar a injeção de capital por parte dos seus acionistas, pois então já “terá uma geração de cash-flow que lhe permitirá responder a todas as suas necessidades de investimentos financeiros. Na conjuntura actual, o que está previsto em orçamento e plano de negócios é o apoio dos accionistas até ao final do próximo ano”.
A Sodiba entrou em operação no final de 2016 arrancando com a produção da marca portuguesa Sagres através de uma parceria. A produção da marca angolana Luandina arrancou em novembro de 2017. A Valor Económico aponta que o investimento inicial foi de 150 milhões de dólares, mas que já foi investido mais dinheiro desde então.
“A Sodiba é uma empresa com necessidade de investimento e onde a engenheira Isabel dos Santos injectou, ao longo dos últimos anos, biliões de kwanzas para apoio aos défices de exploração, reforço de fundo de maneio e garantia de investimento. Foram investidos valores significativos em marketing e, no último ano (2019), mais de dois mil milhões de kwanzas em grades e garrafas para reforçar a presença no formato retornável”, declarou Luís Correia à revista angolana.
Além da Sodiba, outra empresa de Isabel dos Santos (participação de 51%) também pode ir à falência: a fábrica de embalagens de vidros Embalvidro que teve um investimento inicial de 120 milhões de dólares, de acordo com a Valor Económico.
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