A Teka está a enfrentar uma reestruturação das suas fábricas em Espanha, com a gigante chinesa Midea a preparar-se para abandonar a fábrica de Santander, avança o El Economista.
O processo poderá afetar outras fábricas como a de Ílhavo, no distrito de Aveiro, noticia esta terça-feira o jornal espanhol.
Recorde-se que em março, a Comissão Europeia aprovou, ao abrigo do Regulamento das Concentrações da UE, a aquisição do controlo exclusivo da Teka de Espanha pela Midea da República Popular da China.
A transação, iniciada em 2024 e que diz respeito a uma fusão no ramo do fabrico e venda de eletrodomésticos, não suscitou preocupações em matéria de concorrência, dado o seu impacto limitado sobre a concorrência nos mercados em que as empresas operam.
A Midea é uma ‘gigante’ chinesa com mais de 190 mil empregados e um volume de negócios de 53 mil milhões de dólares (46,41 mil milhões de euros) em 2023.
Já a Teka é uma histórica marca espanhola de eletrodomésticos, que celebrou o centenário no ano passado, detida desde 2019 por uma ‘holding’ alemã após enfrentar problemas financeiros.
A gigante chinesa Midea está a ultimar um plano de reestruturação para a Teka, em Espanha, onde soma quase 3.000 colaboradores. A empresa asiática contratou o espanhol Pedro Cuerda, antigo diretor de produtos da marca espanhola, como assessor no processo de ajustamento que, segundo as fontes consultadas, afetará sobretudo a fábrica do Santander.
A Teka conta atualmente com três centros de produção na Península Ibérica: Santander, onde fabrica sobretudo máquinas de lavar loiça; a de Saragoça, especializada na produção de fornos e a de Aveiro, em Portugal, que fabrica micro-ondas e placas de fogão.
O jornal espanhol cita fontes que explicam que “todos os eletrodomésticos de marca branca — frigoríficos, máquinas de lavar roupa e máquinas de lavar loiça — já são importados da China ou da Turquia, onde a mão-de-obra é mais barata, e é possível que mais produção seja realocada após a entrada da Midea”. Neste sentido, a fábrica cantábrica é a que poderá ser mais afetada, pois é a que oferece menor valor acrescentado.
O grupo Teka está a alienar diversas unidades de negócio devido ao difícil momento financeiro que atravessa. O El Economista noticia que os bancos Santander e o BBVA tiveram de socorrer novamente a Teka no final do ano passado devido às dificuldades em manter a sua viabilidade, apesar de terem quase 15% de quota de mercado em Espanha. Com mais de 4.000 postos de trabalho e fábricas em Santander e Saragoça, a empresa garantiu dois novos empréstimos no valor total de 20 milhões de euros para satisfazer as suas necessidades de fundo de maneio.
A Midea, que conta com uma ampla presença internacional e mais de 126 mil colaboradores, especializou-se em pequenos eletrodomésticos e sistemas de ar condicionado, embora tenha expandido o seu mercado gradualmente. Em 2023, de acordo com os últimos dados disponíveis, a empresa asiática atingirá um volume de negócios de 372,037 mil milhões de yuans (47,072 mil milhões de euros), um aumento de 8,18%. O seu resultado após impostos também aumentou 14%, para 33,719 mil milhões de yuans (4,266 mil milhões de euros).
Esta não é a primeira vez que o grupo asiático faz um grande negócio na Europa, depois da aquisição em 2016 da fabricante alemã de robôs Kuka e da fabricante italiana de ar condicionado Clivet.
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