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Falcões e pombas do BCE divididos quanto ao arranque dos cortes de taxas

Centeno de um lado, Nagel do Bundesbank do outro: o governador português alerta para o risco de manter os juros altos por tanto tempo, mas alguns homólogos afastam cortes em breve, o epicentro da discussão no BCE.
16 Fevereiro 2024, 16h00

O debate em torno da política monetária europeia foca-se, há meses, no arranque dos cortes de juros, que o mercado chegou a projetar para março, mas os decisores do Banco Central Europeu (BCE) parecem divididos quanto à estratégia a tomar. Esta quinta-feira, a presidente Lagarde procurou reforçar a necessidade de cautela, afastando cortes prematuros, o que destoa com a visão de Mário Centeno, o banqueiro central mais dovish na moeda única, o que sugere discussões animadas nas próximas reuniões.

Com a inflação a regressar a valores mais condizentes com o objetivo de médio prazo do BCE de 2%, investidores e analistas começam a ver margem para cortar juros, sobretudo dada a pressão colocada sobre a atividade na zona euro e a possibilidade de uma recessão. No entanto, o banco central tem procurado manter as opções todas em aberto, sinalizando alguma agressividade ao mercado para combater a presunção do mercado.

Em linha com discursos anteriores, Christine Lagarde, presidente do BCE, afirmou ontem ao Parlamento Europeu que “a última coisa que quero ver é tomarmos uma decisão precipitada, [para] depois vermos a inflação novamente a subir e termos de tomar mais medidas”, sinalizando uma vez mais a preocupação com a possibilidade de nova vaga de pressão nos preços. Ainda assim, a tendência atual é de desinflação e tal “vai continuar”.

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