O sistema de gestão escolar E-360, criado durante o governo Socialista, falhou os “principais objetivos”, revela uma auditoria do Tribunal de Contas (
TdC) divulgada esta quinta-feira, 13 de março.
A auditoria abrange os anos de 2016 até outubro de 2024, ou seja, toda a vida do sistema.
De acordo com as conclusões da auditoria, o E-360 teve uma execução financeira de 7,3 milhões de euros e a adesão das 808 escolas previstas foi limitada.
Com efeito, em 2019, o sistema era utilizado apenas em 65 escolas e em 2023 não ia além de 128, com 23 a desistir, entretanto. Em meados de 2024 continuava o decréscimo de escolas aderentes, permanecendo em outubro apenas 122, o que corresponde a 15% do total. Em contraste, 85% das escolas adquiriram outros sistemas no mercado.
“Um dos objetivos deste sistema de gestão era contribuir para a “redução de custos”, mas a economia de recursos do E-360 também foi limitada face à adoção de outros sistemas de gestão pelas escolas, cujos custos não se conhecem, impedindo a visão holística do esforço financeiro envolvido no E-360 e em sistemas alternativos”, escreve o Tribunal de Contas.
O Escola 360, E-360, foi criado pelo Ministério da Educação com o propósito de disponibilizar numa só plataforma toda a informação de caráter administrativo relativa aos alunos e facilitar a interação de todos os intervenientes no processo educativo do aluno: encarregados de educação, professores, dirigentes escolares e pessoal administrativo e organismos da administração educativa, garantindo troca de informação mais célere e eficaz e a segurança de informação.
A auditoria concluiu também que o objetivo da interoperabilidade entre o E-360 e os principais sistemas de informação da área da Educação continua por alcançar. As fragilidades do sistema foram identificadas ao longo do tempo, nomeadamente limitações no seu funcionamento e no apoio insuficiente à resolução de problemas reportados pelas escolas.