O fundador e ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, considera que ainda não está contada a história sobre o papel que tiveram reguladores e auditores da banca na crise que afetou o setor em Portugal, mas define como objetivo contá-la nos processos que decorrem em tribunal.
O BPP é um dos quatro bancos que desapareceram nos últimos dez anos, em conjunto com BPN, BES e BANIF. A crise é o pano de fundo de uma história trágica que levou a perdas estimadas para os acionistas entre 40 e 60 mil milhões de euros, cerca de 30% do PIB português. Os contribuintes também têm fatura pesada. Já pagaram cerca de 15 mil milhões de euros para salvar a banca portuguesa do colapso.
Em entrevista ao Jornal Económico, João Rendeiro recusa ser um burlão. “O tribunal diz que não. E eu também achei sempre que não”, afirma, depois de ter sido absolvido do crime de burla qualificada, pelo Tribunal Central Criminal de Lisboa, por falta de evidências, em maio. Não rejeita a quota-parte de responsabilidade no colapso do BPP, mas acusa Banco de Portugal e auditores, de colocarem todas as culpas apenas num dos pés do tripé que, segundo a ideia que tem, forma o mercado – gestão, auditores e regulador. Garante que, no caso BPP, “quer os auditores, quer o Banco de Portugal, mentiram sobre certas matérias-chave, em testemunho, no tribunal. E isso já foi demonstrado e vai ser demonstrado, ainda mais”.
“Se alguma coisa não funcionar bem, neste tripé, não é possível dizer que é só um, ou só o outro, ou o outro, é uma conjugação de fatores que tem a ver com os três”, defende. Por isso, traça um objetivo os processos que continua nos tribunais: “Tenho esperança de provar que os auditores e o Banco de Portugal, conheciam aquilo que dizem que não conheciam”, diz.
A entrevista a João Rendeiro pode ser lida e vista na íntegra, em texto e em vídeo, a partir das 14h30 em www.jornaleconomico.pt
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