Quando pensamos em diversidade, ocorre-nos idade, género, naturalidade e herança cultural. Mas a educação, a formação, o talento, as capacidades técnicas e as experiências de cada um são fatores a não ignorar. Um local de trabalho que reúna pessoas com estas características diferentes é mais rico, fomenta a criatividade, facilita a resolução de problemas e, consequentemente, melhora a produtividade e o negócio.
Estudos recentes mostram-nos que as empresas – sobretudo as tecnológicas – enfrentam grandes desafios desta área. Hoje, apenas 33% dos colaboradores desta indústria são mulheres, das quais 75% ocupam cargos nas funções de suporte, como marketing, comunicação, recursos humanos ou administração. Sabe-se ainda que apenas 10% das startups tecnológicas foram fundadas por mulheres.
Onde reside a urgência da mudança? A revolução digital irá eliminar metade das profissões existentes atualmente, muitas das quais asseguradas por mulheres. Se a paridade nos sectores digitais continuar a deteriorar-se – se não agirmos já –, existe um risco real de aumento da marginalização das mulheres. Isso terá um grande impacto na sociedade, mas irá também refletir-se nos resultados das empresas.
O primeiro passo para responder a este desafio é assumir que ele existe e que influencia a tomada de decisões. Numa época em que tanto se fala em sexismo, apercebemo-nos de que os preconceitos de género estão enraizados nas nossas casas, empresas e locais que frequentamos. São, muitas vezes, estereótipos não intencionais (que nos passam completamente despercebidos), mas que condicionam o nosso comportamento perante os outros e a forma como abordamos um homem ou uma mulher, ou mesmo nós próprios.
À luz deste cenário, parece-me claro que as empresas que pretendam permanecer inclusivas e verdadeiramente competitivas precisam de fazer da igualdade de género uma prioridade no desenvolvimento da sua estratégia de recursos humanos e assim criar condições para encontrar, contratar e sustentar uma força de trabalho mais diversa na área da tecnologia.
Felizmente, existem empresas que têm feito um percurso notável, inovador e inspirador para preparar o futuro e combater os preconceitos de género. Um dos melhores exemplos é a EDP, que desde 2008 promove iniciativas para fomentar a Diversidade e a Inclusão, não só no local de trabalho, como na Sociedade.
Uma dessas iniciativas é um programa de formação dos colaboradores da empresa, que tem como objetivo identificar casos onde ocorrem preconceitos de género e definir estratégias para ultrapassar situações nas quais esses preconceitos podem mesmo pôr em causa o negócio. Este programa foi distinguido em 2017 pela Carta Portuguesa para a Diversidade da Comissão Europeia.
Foi por isso que convidámos o João Tavares, Diretor Adjunto de Recursos Humanos e responsável pela área de Talento da EDP, para o segundo close-up do programa Champion for Change, uma iniciativa de longo-prazo da Natixis que visa estimular e promover a presença e o trabalho das mulheres no mundo da tecnologia, em Portugal e no mundo.
Com este projeto, iremos promover uma forte interação com escolas, universidades, comunidades tecnológicas e influenciadores, permitindo que as jovens mulheres percebam que a tecnologia é uma opção, aprendendo umas com as outras, criando oportunidades e ajudando a promover uma comunidade inclusiva e relevante. Porque a solução para combater os preconceitos de género está nos líderes de opinião, nos atores políticos, nas empresas, mas também em cada um de nós e nas decisões que tomamos todos os dias.