Um redesenho fiscal menos penalizador para empresas de energias renováveis, nos Estados Unidos, é um dos motivos que justifica a forte valorização que EDP e EDP Renováveis estão a ter esta terça-feira na bolsa portuguesa. No caso da EDP atualmente sobe 3,5% para os 3,46 euros e a EDP Renováveis valoriza 7,6% para os 9,35 euros. Para o Banco Carregosa, as novidades vindas do território norte-americano reforçam a geração dos fluxos de caixa e da rentabilidade futura das operações nesta geografia.
“As fortes subidas das ações da EDP e da EDP Renováveis nesta manhã estão a ser impulsionadas por notícias provenientes dos Estados Unidos, onde o Congresso está a considerar um redesenho fiscal menos penalizador para empresas de energias renováveis”, explica o head of trading do Banco Carregosa, João Queiroz.
João Queiroz sublinha que a proposta que está em discussão nos Estados Unidos passa por suavizar, a partir de 2029, a “eliminação progressiva” de créditos fiscais à produção no valor de 27 dólares/MWh (24 euros por megawatt), o que “poderá reanimar o investimento no setor ao reduzir o risco de reversão” desses apoios.
“A eventual eliminação abrupta destes incentivos poderia impactar numa relevante redução nos retornos dos ativos — o que tornaria muitos projetos inviáveis, tendo em conta que a maioria das utilities tradicionalmente procura margens de apenas +1,5% a +3% acima do custo de capital”, considera João Queiroz.
O head of trading do Banco Carregosa reforça que este “possível reposicionamento” legislativo nos Estados Unidos surge num momento em que o segmento renovável europeu, representado por exemplos de players como a EDP Renováveis, Orsted ou a RWE, enfrenta um contexto desafiante: “inflação nos custos de desenvolvimento, entraves logísticos e riscos tarifários agravados sob políticas protecionistas, nomeadamente nos Estados Unidos. A EDP Renováveis, com uma carteira diversificada e crescimento mais equilibrado entre solar e eólica, destaca-se positivamente face a concorrentes mais concentrados, sobretudo, os que têm enfrentado reavaliações significativas de ativos “offshore”, especialmente no mercado dos Estados Unidos”, explica João Queiroz.
No entender de João Queiroz o cenário atual “favorece” empresas com exposição aos Estados Unidos mas com “maior dispersão geográfica e foco em execução disciplinada”, como é o caso da EDP Renováveis.
“A sinalização de que os incentivos fiscais poderão ser mantidos ou eliminados de forma gradual contribui para dissipar o risco de disrupções abruptas e reforça a geração dos fluxos de caixa e da rentabilidade futura das operações na geografia dos Estados Unidos”, sublinha o head of trading do Banco Carregosa.
Para João Queiroz esta melhoria de perspetiva ajuda a justificar os “ganhos expressivos” observados na sessão desta terça-feira no índice bolsista português PSI, quando “simultaneamente reposiciona a EDP Renováveis e a EDP num contexto legislativo menos penalizador que inicialmente estimado, em contraste com as suas comparáveis cuja exposição excessiva ao “offshore” continua a implicar riscos mais elevados e visibilidade limitada sobre a recuperação operacional”.
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