Hoje em dia é frequente vermos referências a Family Offices na comunicação social, sobretudo quando há referências a investimentos ou à organização das famílias com mais activos, e à sua gestão. Diga-se que a razão essencial do seu surgimento tem a ver com a necessidade das famílias com elevados patrimónios encontrarem a estratégia e os instrumentos adequados para assegurar a manutenção e o crescimento do património por várias gerações.

Segundo estudos recentes (Campden Wealth) estima-se que existam no mundo 5.300 Family Offices, assim geograficamente distribuídos: Europa e América do Norte, 75%; Ásia-Pacífico, 17%; Mercados Emergentes, 8%.

Ainda segundo um estudo da PwC, existirão na Europa, América do Norte e Ásia-Pacífico cerca de 1400 pessoas com activos superiores a mil milhões de euros, ainda que nem todos tenham criado escritórios familiares. Assim, enquanto 65% dos europeus referidos o fizeram, na América do Norte tal acontece com 50% e na Ásia-Pacífico apenas 34% fizeram tal opção.

Afigura-se-nos que estes dados sintéticos evidenciam bem a importância que actualmente têm estas estruturas. Importa, por isso, caracterizá-las, ainda que sumariamente.

Neste sentido, e para o que aqui se pretende, podemos definir como Family Office a entidade cuja totalidade dos clientes pertence à Família e que tem como objecto a administração da riqueza da Família, bem como a prestação dos serviços necessários a tal administração, ou outros que se entenda proporcionar aos seus clientes.

Esclareça-se, desde já, que nem todos têm a mesma estrutura, nem tão-pouco prestam os mesmos serviços. Quer em função dos objectivos diferenciados que cada Família pretende alcançar, quer em função da dimensão dos activos que gere.

Podemos, assim, classificar, recorrendo à terminologia internacional, os Family Offices, de acordo com os serviços fornecidos, em três tipos:

  1. “Administrative family office” – tem um staff que proporciona aos membros da família serviços administrativos, contabilidade e fiscais;
  2. “Hybrid family office” – tem um staff que proporciona aos membros da família serviços de aconselhamento administrativo, legal e fiscal;
  3. “Fully-integrated family office – tem um staff que proporciona aos membros da família os serviços já referidos e, ainda, exerce funções de gestor de investimentos.

No próximo artigo debruçar-nos-emos sobre o seu funcionamento e vantagens.

O autor escreve segundo a antiga ortografia.