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Faria de Oliveira: dez anos depois, a banca está a virar a página da crise

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos disse, no Fórum Banca 2017, que “o nível de incerteza regulatória ainda existe, mas começa a admitir-se que pode ter havido excesso de regulação”.
29 Novembro 2017, 10h44

Na última década, o setor bancário sofreu quatro grandes choques, mas começa a recuperar, segundo o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB). No Fórum Banca 2017, organizado pelo Jornal Económico e pela PwC, Fernando Faria de Oliveira identificou as inovações digitais como um dos principais desafios futuros do setor.

Depois de uma “recessão económica sem precedentes”, de uma “regulação regulatória que se seguiu à crise”, de “um choque reputacional com os casos BPN e BES”, e com a “revolução tecnológica em pleno desenvolvimento”, Faria de Oliveira acredita que “dez anos depois, a atividade bancária encontra-se a virar a página”.

“A banca está hoje francamente melhor e os progressos são bem visíveis”, afirmou, acrescentando: “Os cinco maiores bancos nacionais reforçaram o capital e há melhorias significativas nos balanços”.

O crédito malparado continua, no entanto, a ser um dos principais problemas do setor. Mas mesmo esse está a ser combatido, com o rádio de non-perfoming loans (NPL) a sofrer uma redução de 8,2 mil milhões de euros entre junho de 2016 e o mesmo mês deste ano.

No que diz respeito à regulamentação, o presidente da APB disse que “o nível de incerteza regulatória ainda existe, mas começa a admitir-se que pode ter havido excesso de regulação”, defendendo ainda que é necessária “uma pausa” para os agentes de mercado absorverem a nova realidade.

Segundo Faria de Oliveira, há três prioridades no setor: melhorar rentabilidade, atrair capital privado e rever modelos de negócio.

“O mundo digitial está a mudar o modo como vivemos”, afirmou. “As fintech são por definição empresas que oferecem produtos possibilidades pelas novas tecnologias. Os bancos estão entre as fintech, são fintech. A competição entre bancos e não bancos deve ser incentivada. Mais que um desafio, os bancos olham para as mudanças como uma oportunidade que têm de aproveitar”.

Apesar de ver com bons olhos a concorrência de agentes tecnológicos, como startups fintech ou grandes tecnológicas, Faria de Oliveira defendeu que “bancos e concorrentes vão concorrer no mesmo negócio num modelo regulatório que se espera comum”, acrescentando que “o digital proporciona um enorme potencial de criação de valor, num ecossistema em que vivem bancos e outros agentes”.

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