[weglot_switcher]

Fed deverá cortar a taxa de juro diretora em dezembro, diz ING

Numa nota de research publicada esta terça-feira, o economista-chefe internacional do ING, James Knightley, considerou que a queda da atividade de produção nos Estados Unidos, as tensões comerciais com a China e o arrefecimento da economia mundial justificam uma nova descida na taxa de juro diretora.
  • REUTERS/Kevin Lamarque
2 Outubro 2019, 07h35

O banco holandês ING antecipa que a Reserva Federal norte-americana (Fed) volte a cortar a taxa de juro diretora em 25 pontos base em dezembro. A confirmar-se, seria a terceira descida imposta pelo banco central liderado por Jerome Powell este ano.

Numa nota de research publicada esta terça-feira, o economista-chefe internacional do ING, James Knightley, considerou que a queda da atividade de produção nos Estados Unidos, as tensões comerciais com a China e o arrefecimento da economia mundial justificam uma nova mexida da taxa de juro diretora para baixo.

Em setembro, o índice PMI da manufatura – ou ISM manufacturing index – caiu para 47,8 pontos, o valor mais baixo registado na última década e longe dos 50 pontos, que significam expansão da atividade produtiva. Estes dados apontam para a deterioração dos salários que serão divulgados na sexta-feira, disse o economista.

O ISM manufacturing index é um indicador económico que espelha o desempenho recente da economia, sendo também referido como Purchasing Manager’s Index. É baseado num inquérito de mais de 300 executivos de encomendas de empresas de manutafura e monitoriza as alterações dos níveis de produção todos os meses e agrega vários indicadores de forma uniforme e que incluem novas encomendas, produção, emprego, entregas e inventários, tendo impacto na confiança de investidores e empresas.

“Como no mês anterior, o ISM ficou muito abaixo em relação aos indicadores da manufatura regionais. Os números do investimento em construção em também dececionaram, subindo apenas 0,1% em relação ao mês de agosto e abaixo das estimativas de incremento de 0,5%”, disse James Knightley.

“Por isso, existem razões para ficarmos preocupados com o que está a acontecer no setor de produção de bens da economia norte-americana”, alertou o economista do ING.

“Devido às tensões comerciais, ao arrefecimento da economia mundial e à força do dólar, que está a prejudicar a competitividade, não antecipamos uma retoma no setor da manufatura nos próximos temos”, argumentou James Knightley.

“Por enquanto, o setor do consumo continua com um bom desempenho, mas os dados sobre os salários que serão publicados na sexta-feira deverão demonstrar uma contração na criação de emprego”, prosseguiu o economista.

Em setembro, a Fed cortou a taxa de juro diretora em 25 pontos base para o intervalo 1,75%-2%. O Federal Open Market Committee justificou a decisão com as “implicações dos desenvolvimentos globais pelo outlook económico e também das ténues pressões inflacionárias”.

Antes, em julho, a Fed já tinha cortado a taxa de juro, também em 25 pontos base, uma decisão do banco central inédita em dez anos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.