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FED e “Merger Monday” de volta à ribalta em Wall Street

No campo político e a cerca de dois meses das eleições presidenciais norte-americanas o ruído poderá começar a ganhar mais relevância em relação a outros tópicos existentes, até porque a questão do próximo pacote de auxílio à economia está dentro do jogo político pré-eleitoral
14 Setembro 2020, 11h46

Depois de duas semanas de vermelho os mercados financeiros entram no meio do mês de Setembro com outra dinâmica, já com quase todos os investidores em pleno depois das férias de verão, os próximos dias prometem sessões com maior interesse e a continuação da volatilidade que regressou no início do mês. No campo político e a cerca de dois meses das eleições presidenciais norte-americanas o ruído poderá começar a ganhar mais relevância em relação a outros tópicos existentes, até porque a questão do próximo pacote de auxílio à economia está dentro do jogo político pré-eleitoral, o que está a causar maior incerteza e demora na aprovação de um auxílio que já demonstrou ter sido essencial em aguentar os EUA na altura da recuperação após o impacto inicial das medidas de quarentena, nomeadamente ao suportar o poder de consumo dos cidadãos desempregados com os cheques semanais de $600, assim como na importante ajuda às empresas para que mantivessem os postos de trabalho, com perdões de empréstimo, ou seja subsídios a fundo perdidos, para as que pedissem valores com vista a pagar ordenados.

Em outra vertente da política, desta feita monetária, na quarta-feira serão conhecidas as conclusões da reunião do FED, que se inicia amanhã, com os olhos do mercado à espreita para a mensagem que irá sair dos membros do principal banco central, não apenas no tema do desempenho da economia dos EUA, mas principalmente sobre os próximos desenvolvimentos do seu programa de estímulos, designadamente se haverá alguma novidade derivada da nova indicação relativa à inflação, que sugeriu que os estímulos fossem aprofundados na sua aplicação, provavelmente com mais capital, e alongados no prazo de aplicação. Para além deste evento haverão igualmente as reuniões do Banco do Japão e do Banco de Inglaterra, que não obstante não terem a mesma importância no panorama económico global e dos mercados, serão relevantes tendo em conta os temas políticos existentes nos dois países, a mudança de liderança no país nipónico e o agudizar da situação do Brexit no Reino Unido, situações que podem levar os bancos centrais a tomar alguma medida inesperada.

No final da semana é de esperar alguma volatilidade acrescida dado que sexta-feira é dia de “quadruple witching”, o que geralmente faz aumentar significativamente o volume, sendo que esta segunda-feira e ainda amanhã Wall Street deverá já estar em modo acelerado a aproveitar os ventos do “regresso” da “Merger Monday”, depois dos anúncios de aquisições da ARM e da Immunomedics, por parte da Nvidia e da Gilead Sciences respectivamente, isto para além da reviravolta no negócio da TikTok, com a empresa chinesa a desistir da venda das operações nos EUA à Microsoft, passando para uma parceria com a Oracle, com a empresa norte-americana a ficar responsável pela gestão dos dados dos utilizadores nos EUA, na perspectiva de evitar assim a proibição da actividade da TikTok na maior economia do mundo, tal como o presidente Trump ameaçou. No mercado cambial o cenário é por agora algo tranquilo com variações marginais, com excepção para a Libra inglesa que amealha 0,4% para os $1.2848, após ter atingido mínimos de mês e meio.

Este par de moedas aparenta estar a efectuar um padrão de duplo fundo, contudo a forma do mesmo suscita bastantes reservas quanto à sua fiabilidade, até porque os valores no stochastic vieram de níveis bastante baixos.

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