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Fed em pausa e BCE com novo corte das taxas de juro em janeiro, antecipa Allianz GI

Com reuniões agendadas para esta semana, espera-se que a Fed mantenha as taxas inalteradas, deixando o intervalo-alvo nos 4,25%-4,50%, enquanto que o BCE deve reduzir os juros em 25 pb para os 2,75%, sublinha Michael Krautzberger da Allianz GI.
ECB Forum on Central Banking, Policy panel, Sintra, July 2, 2024
28 Janeiro 2025, 15h34

À medida que a nova administração dos EUA assume funções, a economia norte-americana apresenta uma situação relativamente favorável, com uma taxa de desemprego de apenas 4,1%, assinala uma nota assinada por Michael Krautzberger, Diretor de Investimento Global em Obrigações, Allianz Global Investors (Allianz GI).

O analista considera que o consenso do mercado é otimista quanto às perspetivas dos EUA para este ano, prevendo um crescimento económico de 2,2% em 2025, comparado com os 2,8% de 2024, apoiado por uma “agenda política pró-crescimento de Trump”.

Entretanto, o cenário da inflação nos EUA é mais complexo. Embora as pressões inflacionistas estejam a “desvanecer-se”, o Índice de Preços para as Despesas de Consumo Pessoal (PCE) subjacente, o indicador preferido da Reserva Federal (Fed), ainda se encontra acima da meta, situando-se em 2,8% em termos anuais. Em resposta, a Fed deverá manter uma “postura política mais cautelosa”, mantendo as taxas inalteradas a curto prazo enquanto avalia os dados de crescimento e inflação, salienta Michael Krautzberger .

Em contraste, prossegue o especialista da Allianz GI, a zona euro enfrenta um crescimento projetado de apenas 1% em 2025, em comparação com 0,7% em 2024. As principais economias da região continuam a enfrentar obstáculos cíclicos e estruturais, com a incerteza comercial e os riscos tarifários a representarem ameaças ao crescimento. A inflação na zona euro mantém-se, com a inflação global e a inflação subjacente a situarem-se em 2,4% e 2,7%, respetivamente.

Apesar dos desafios, há uma nota positiva: “as condições financeiras na região estão a melhorar”, impulsionadas pelas expetativas de uma rápida flexibilização da postura política restritiva do Banco Central Europeu (BCE) e pela debilidade do euro, destaca Krautzberger. A possibilidade de reformas no travão da dívida alemã após as eleições poderá também ajudar a reduzir os riscos negativos que a região enfrenta.

Do ponto de vista estratégico, os analistas privilegiam estratégias que beneficiem de um “steepening” da curva de rendimentos nos EUA e na Alemanha, considerando que “os prémios a prazo são ainda demasiado baixos” em ambos os mercados. A exposição à duração é favorecida em países que oferecem um melhor risco/rentabilidade, sustenta o analista.

Com estas variações, as economias dos EUA e da zona euro seguem caminhos distintos, refletindo as particularidades económicas e políticas de cada região.

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