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Fed volta ao leme dos mercados

Esta semana tem tudo para ser bastante movimentada, seja no segmento accionista, que está em níveis recorde, seja no Forex.
Kevin Lamarque/Reuters
1 Novembro 2021, 10h33

Depois de muitos meses de incerteza, prognósticos, avanços e retrocessos esta semana deverá ficar na história de Wall Street, simplesmente porque é esperado que o banco central norte-americano comece a desligar da ficha, a sua política ultra acomodatícia que tem vigorado com especial ênfase desde o início da crise de Covid, mas que a bem da verdade tem sido uma presença constante desde o terramoto provocado pela crise financeira de 2008, a que se seguiu a crise de dívida soberana na Europa em 2011, que no conjunto dos dois eventos levou à tomada de acções por parte dos principais bancos centrais do mundo até à data impensáveis.

Com efeito, para além do habitual estojo de ferramentas dos juros, os mentores das políticas monetárias do mundo enveredaram por um caminho inédito, que tem tanto de resolução como de criação de mais problemas, isto porque se a injecção de liquidez de forma massiva no sistema, impediu o implodir da confiança, em ambos os lados do Atlântico, o certo é que criou no sistema uma massa monetária fictícia, que tem sido em boa parte encaminhada para o segmento de activos com maior risco que o tradicional porto seguro do rendimento fixo, nomeadamente da dívida soberana que tem sido sustentada pelas compras dos banco centrais, mas não só.

O mercado imobiliário, por exemplo, também tem sido alvo de apoios, com a compra de $40 biliões de dívida hipotecária por parte da Fed, ao que se juntam $80 biliões de outros activos, perfazendo os $120 biliões adquiridos mensalmente. Ora, é esse montante que deverá começar a encolher já a partir de Novembro, com os analistas a anteciparem uma redução de $15 biliões por mês até ao esvaziar dessa torneira, que poderá ocorrer em meados do próximo ano.

A segunda parte da normalização da política monetária passará pela subida dos juros, algo que Jerome Powell tentará que não fique associado ao fim da primeira fase, pelo menos não de forma “obrigatória”, dando assim espaço de manobra para que a Fed tenha flexibilidade para corrigir o seu caminho, consoante o andamento da economia, que por agora dá sinais de ser algo errático nos próximos meses, devido aos constrangimentos na oferta de matérias-primas e de subprodutos.

Seja como for, esta semana tem tudo para ser bastante movimentada, seja no segmento accionista, que está em níveis recorde, como no Forex, onde o US dólar pode fazer um forcing e ir visitar o nível dos $1,105 no EUR/USD.

O gráfico de hoje é da Berkshire Hathaway, o time-frame é mensal.

 

 

A empresa liderada por Warren Buffet está agora numa fase de consolidação após a forte valorização registada no pós-surgimento da Covid.

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