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Federação Académica de Lisboa alerta para assédio

Mais de metade dos universitários já foi alvo de assédio e mais do que uma vez, admitem 38,1% dos jovens que participaram no estudo da FAL.
18 Janeiro 2020, 18h00

O assédio é uma realidade no ensino superior. No caso das instituições da capital, o estudo “Violência Sexual na Academia de Lisboa – Prevalência e Perceção dos Estudantes” revela que 61,4% dos inquiridos já foi vítima de assédio sexual, seja presencialmente, seja através de contactos telefónicos, mensagens ou fotografias de cariz sexual indesejado. Essas situações aconteceram mais do que uma vez, admitiram 38,1% dos jovens.

O estudo envolveu 995 alunos entre os 17 e os 30 anos e foi realizado pela Federação Académica de Lisboa (FAL), entre 2018 e 2019, nas instituições da capital, com a “cooperação observante” da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, Quebrar o Silêncio e União de Mulheres Alternativa e Resposta.

O silêncio parece ser a palavra-chave nas situações de violência. Com efeito, segundo o mesmo estudo, 89% dos estudantes nunca contaram ou reportaram ter sido vítimas de violência sexual. A minoria que o fez recorreu à polícia (39,53%) ou a amigos e familiares (cerca de 35%). Apenas 11,63% dos estudantes denunciaram os casos à instituição de ensino superior onde estudam.

Os agressores são na sua maioria pessoas conhecidas dos estudantes (32,58%) ou colegas (23,29%), mas também há pessoal não docente das instituições de ensino (16,74%) e docente (2,18%), bem como amigos das vítimas (11,44%).

Mais. Cerca de 13% das agressões são praticadas por parceiros dos estudantes.

Apetece usar a imagem “o ladrão está dentro de casa”. Mais do que alertas, agora é preciso agir.

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