A FENPROF critica as alterações ao calendário escolar divulgadas esta sexta-feira pelo Ministério da Educação, apelidando-as de “um mero acerto de datas” que reflete a “falta de coragem política” do Governo e a “postura negacionista” quanto ao impacto das escolas na gestão da pandemia de Covid-19. Em comunicado, o Secretariado Nacional do órgão deixa ainda várias sugestões de medidas a considerar.
O sindicato dos professores considera que o ministério se limitou “a fazer o mais fácil, adiando provas e exames por um número de dias semelhante ao de prolongamento do ano letivo”, em vez de garantir “o reforço de recursos nas escolas para compensar as perdas, principalmente daqueles que, por razões de ordem económica, social ou outra, estão a ser mais discriminados”.
“Chama-se a isto falta de coragem política e incapacidade para compreender a situação que vivem hoje os alunos das nossas escolas, pelo segundo ano consecutivo sujeitos a fortíssimos constrangimentos que lhes criam dificuldades acrescidas”, pode-se ler no comunicado da estrutura sindical, que argumenta ainda que “medidas insuficientes de segurança sanitária” no primeiro período contribuíram para a atual situação epidemiológica.
Assim, a FENPROF defende que sejam canceladas provas de aferição e as finais do 9º ano, dado que a falta de medidas adequadas por parte do Governo teria um impacto negativo nos resultados dos alunos, pedindo também que, ao nível do secundário, sejam realizados exames apenas para provas de acesso ao ensino superior.
Esta última vertente deveria igualmente ser alvo de uma revisão, refere a estrutura liderada por Mário Nogueira, “como tem vindo a ser recomendado por diferentes entidades e organizações”.
Para a avaliação final do 2º período, o órgão pede que esta seja feita de forma qualitativa, “o que promoverá uma maior equidade entre alunos, mitigando significativamente os reflexos negativos deste período letivo na avaliação final.”
Finalmente, a FENPROF exorta a tutela a promover uma revisão dos currículos letivos, classificando muitos como “desajustados”, uma situação agravada pelo atual contexto pandémico.
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