Na semana em que os alunos do 11º e 12º ano regressaram às aulas, a Federação Nacional de Professores (Fenprof) denuncia casos de Covid-19 em escolas, criticando o Governo por ter considerado não haver razões para a realização de testes a toda a comunidade escolar que regressou esta semana às aulas. Estrutura sindical alerta: “veremos se a estratégia de ir sabendo a ‘conta-gotas’ será a que mais contribui para a confiança das pessoas e para garantir a segurança sanitária de todo”. E volta apelar ao Executivo para realizar o rastreio.
“Apesar da insistência da Fenprof, o governo considerou não haver razões para a realização de testes a toda a comunidade escolar que iria regressar, o que teria permitido agir antes da abertura, no sentido de proteger todos os que iriam regressar à atividade presencial. Imprudentemente, o governo decidiu não o fazer”, avançou a Fenprof nesta quarta-feira, 20 de maio.
Em comunicado, a Fenprof sinaliza que em França, essa opção já levou ao encerramento, de novo, de 70 escolas. E volta a apelar ao Executivo para realizar o rastreio.
Não tendo sido essa a opção política do governo, diz a Fenprof, “não é tarde para realizar o rastreio”, considerando que este “continua a ser indispensável para permitir identificar, de imediato, eventuais casos positivos, em vez de se aguardar que surjam, já com sintomas, dentro da comunidade escolar, daí podendo ser transmitidos para as famílias e para a sociedade”.
Para a Fenprof, “é uma questão de rigor, de precaução e de confiança social”, realçando esperar “sinceramente que não venha a suceder situação idêntica em Portugal”. E dá conta de que a Câmara Municipal de Vila Real decidiu testar todos os trabalhadores docentes e não docentes que se apresentariam ao serviço no dia 18 e surgiu um resultado positivo, o que permitiu que essa pessoa não tivesse de se apresentar ao serviço, ficando protegidos a própria e todos os que iriam contactar com ela na escola.
Segundo a Fenprof, também, ontem, em Linda-a-Velha, no concelho de Oeiras, uma trabalhadora não docente que tinha apresentado sintomas na semana passada soube que o teste que realizou deu positivo, tendo, até ao momento de conhecer o resultado do seu teste, contactado com outras pessoas, designadamente na Escola Secundária Amélia Rey Colaço, onde trabalha.
“Em relação a esta escola, exige-se, agora, que sejam tomadas todas as medidas previstas pela DGS, que impõem o isolamento de quem contactou com a trabalhadora e, no mínimo, pela realização de testes a toda a comunidade escolar”, realça a Fenprof, De acordo com as informações da direção da Escola Secundária Amélia Rey Colaço, a funcionária em causa não esteve ao serviço no retomar das aulas presenciais e todas as normas de saúde e de segurança foram devidamente seguidas.
A Fenrpof acrescenta ainda que antes da abertura das creches todos os trabalhadores realizaram testes à Covid-19, havendo instituições que não abriram no dia 18 de maio, como previsto, por terem surgido resultados positivos. “Coimbra e Braga são cidades onde tal se verificou”, diz.
A Fenrpof defendeu que antes do regresso às aulas no início desta semana “toda a população escolar” seja testada antes do regresso às aulas presenciais para não deitar a perder tudo o que se ganhou com o confinamento” Estrutura sindical lembra que o governo considerou não haver razões para a realização de testes a toda a comunidade escolar, uma medida que exigiu apenas antes da abertura das creches todos os trabalhadores.
Petição antes do regresso às aulas presenciais
A Fenprof lançou no início de maio uma petição para conseguir que “toda a população escolar” seja testada antes do regresso às aulas presenciais, a 18 de Maio. “A realização de testes a toda a população escolar antes do retorno à actividade presencial é fundamental para não deitar a perder tudo o que se ganhou com o confinamento”, frisa a Fenprof.
Esta estrutura sindical lembrou na altura que, “ainda antes do encerramento de todas as escolas surgiram casos em algumas que, por essa razão, tiveram de fechar imediatamente”. “Recorda-se que, inclusivamente, o Senhor Presidente da República decidiu, e bem, cumprir o período de quarentena depois de ter entrado em contacto com os alunos da Escola Secundária de Idães, em Felgueiras, escola que teve de encerrar por ordem das autoridades de saúde porque um aluno estava infectado”, acrescenta ainda.
Na mesma nota de 8 de maio, a Fenprof realçou que tudo o acontecerá a partir de 18 de Maio “será a partilha de espaços entre jovens adolescentes ou crianças, que podendo estar infectados, provavelmente serão assintomáticos e um grupo de trabalhadores docentes e não docentes que, para além da idade (muitos acima dos 60 anos), poderão ter doenças que tendo saído dos chamados grupos de risco (diabetes e hipertensão), ou outras, podendo não os tornar mais vulneráveis em relação ao contágio, fragilizam-nos muito mais em caso de infecção”, alerta.
Também um grupo de cerca de 30 professores de 11 escolas dirigiu uma carta a Marcelo Rebelo de Sousa dando conta que muitas escolas “não têm condições” para reabrir os seus espaços.
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