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Fenprof diz que “a luta não acaba aqui” e acusa Governo de querer “tramar” professores

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, acusa o Governo de ter transformado a questão “numa farsa” e pede ao primeiro-ministro, António Costa, para deixar os professores “em paz”.
3 Maio 2019, 13h52

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciou esta sexta-feira que a luta dos professores ainda não terminou com a garantia do reconhecimento do tempo de serviço integral dos docentes. O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, acusa o Governo de ter transformado a questão “numa farsa” e pede ao primeiro-ministro, António Costa, para deixar os professores “em paz”.

“Deste processo, o governo sai derrotado: fez por isso. Manteve-se sempre intransigente, entrando em chantagem, bloqueando a negociação e transformando-a numa farsa; jogou os seus trunfos maiores, no caso o ministro das Finanças e o Primeiro-Ministro – e empurrou o grupo parlamentar do PS para uma posição que o isola dos professores, pois optou sempre por acompanhar o governo no desrespeito pelos professores ao longo dos últimos meses”, afirma Mário Nogueira, em comunicado.

O líder sindical sustenta de que o “desrespeito e desconsideração” do Governo “levaram os próprios deputados do PS a ameaçar avançar com procedimentos destinados a anular as decisões da Assembleia da República e a declarações que são inaceitáveis para os professores”. O sindicato saúda os partidos que aprovaram a garantia de reconhecimento do tempo de serviço integral dos professores e diz que, em breve, também o PAN se deve juntar ao CDS-PP, PSD, PCP, BE e PEV para aprovar o novo diploma.

“Os professores mereciam que o seu trabalho fosse integralmente reconhecido e contabilizado, tendo esse mérito sido reconhecido por CDS-PP, PSD, PCP, BE e PEV a quem, em sessão plenária, se deverá juntar o PAN. A Fenprof saúda os deputados que, apesar das suas diferenças em relação a tantos aspetos da vida nacional e da Educação, souberam encontrar uma plataforma mínima de convergência que respeita, no essencial, a vida profissional dos professores e educadores”, indica.

Mário Nogueira questiona ainda o porquê de António Costa ter convocado para esta manhã uma reunião urgente do núcleo duro do seu Governo. “Para quê? Para tentar ver como pode ainda tramar os professores? Por favor, Senhor Primeiro-Ministro, deixe os professores em paz! Respeite-os, pois um governo que não respeita os seus professores é um governo para quem o futuro já deixou de ser preocupação”, sentencia o sindicalista.

A Fenprof nota, por isso, que a luta dos professores não acaba aqui. Mário Nogueira diz que vai ser preciso negociar uma solução excecional para “a verificação dos requisitos que, para além do tempo de serviço, são obrigatórios para que a antecipação das progressões, decorrente da recuperação dos 2 anos, 9 meses e 18 dias, possa, efetivamente, produzir efeitos a 1 de janeiro de 2019”.

“Ao contrário do que repetem os detratores, a progressão dos professores na carreira não é automática”, sublinha o líder sindical da Fenprof.

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