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Francisco Mendes da Silva sai do CDS-PP e diz que partido deixou de representar os seus princípios políticos

Advogado e comentador já se tinha demitido da presidência da distrital viseense dos centristas no ano passado, após uma “desconsideração grave” por parte da direção nacional liderada por Francisco Rodrigues dos Santos.
Francisco Mendes da Silva
25 Junho 2021, 16h02

O advogado e comentador político Francisco Mendes da Silva, que chegou a liderar a distrital de Viseu dos centristas, anunciou nesta sexta-feira que se desfiliou do CDS-PP, a que estava ligado há mais de 25 anos, por considerar que o partido deixou de representar os seus princípios políticos. Essa decisão levou-o ainda a renunciar ao mandato na Assembleia Municipal de Viseu, para a qual foi o único eleito dos centristas.

Próximo de Adolfo Mesquita Nunes e apoiante de João Almeida no congresso de janeiro de 2020 que terminou com a eleição de Francisco Rodrigues dos Santos para a presidência do CDS-PP, Mendes da Silva escreveu nas redes sociais que a saída foi “uma decisão natural” resultante da reflexão sobre as suas posições políticas, a sua relação com o partido  e com as obrigações da vida partidária.

“Não saio desiludido nem em conflito pessoal com quem quer que seja. Saio por falta de predisposição para o envolvimento partidário ativo, nesta fase da minha vida, e por progressiva convicção de que o CDS deixou de querer ser um instrumento relevante e autónomo, dinâmico e moderno – e o mais representativo possível – dos princípios políticos que defendo. Não saio por ter deixado de acreditar no que há muito acredito; saio porque, acreditando no que acredito, sinto que deixei de ser útil no – e ao – CDS”, escreveu, acrescentando que permanecerá “politicamente desperto” e a sujeitar as suas ideias “ao teste, impiedoso mas estimulante, do debate livre e democrático”.

Eleito presidente da comissão política distrital de Viseu do CDS-PP em 2019, sucedendo ao ex-deputado Hélder Amaral, de quem era vice-presidente, Francisco Mendes da Silva apresentou a demissão do cargo em outubro de 2020, num clima de “desconsideração grave” por parte da direção nacional de Francisco Rodrigues dos Santos que conduzira à demissão dos vice-presidentes e vogais desse órgão do partido.

Mais recentemente, num artigo que escreveu para o “Público” sobre as intervenções dos líderes dos partidos de centro-direita e direita na convenção do Movimento Europa e Liberdade, Mendes da Silva foi particularmente cáustico com o presidente do seu partido: “Rodrigues dos Santos repetiu ipsis verbis, pela milésima vez, os seus chavões enfáticos contra a ‘direita envergonhada’. É líder do CDS há ano e meio e ainda não conseguiu colocar o país a discutir uma única ideia. O que define e distingue hoje o CDS? Ser de direita e dizê-lo aos berros.”

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