O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, lançou nesta terça-feira um alerta para o “radicalismo e extremismo perigoso para a democracia” associado a movimentos de supremacia branca e neonazis e ao crescimento eleitoral das forças populistas “que exploram os receios da população e as dificuldades que os governos democráticos têm sentido para lhes dar resposta”.
Discursando na sessão de tomada de posse do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, realizada no Palácio de São Bento, a segunda figura do Estado recordou que o chefe de Estado apontou a sua reeleição, na noite de 24 de janeiro, como sinal do “repúdio do extremismo por parte dos portugueses”.
Recordando que durante o mandato que arranca nesta terça-feira a democracia portuguesa celebrará 50 anos e ultrapassará em longevidade a ditadura que a precedeu, Ferro Rodrigues sublinhou estar satisfeito por esse momento ocorrer quando “Portugal tem na Presidência da República um defensor acérrimo da democracia e dos seus princípios”.
No início da intervenção, o presidente da Assembleia da República realçou que as últimas eleições presidenciais “patentearam a maior diversidade ideológica até à data”, mas também que Marcelo Rebelo de Sousa conseguiu ser eleito à primeira volta “de forma clara e expressiva”, com “um aumento significativo no número de votos”. Apesar de o ato eleitoral ter sido realizado durante o pico de pandemia da Covid-19, contrariando os “receios mais alarmistas” e o “recurso a expedientes que seriam entorses à democracia”.
Também destacado por Ferro Rodrigues foi o “papel moderador” que Marcelo Rebelo de Sousa desempenhou “sob grandes pressões” no primeiro mandato, marcado pela reposição dos direitos suspensos durante a intervenção da troika e pelo fim da “crispação institucional”, no que pode ser interpretado como uma referência ao anterior chefe de Estado, Cavaco Silva, que esteve presente na tribuna da Assembleia da República, tal como Ramalho Eanes, ao contrário de Jorge Sampaio.
Também assinalados por Ferro Rodrigues, que se referiu a Marcelo Rebelo de Sousa como “caro amigo”, foram os “acontecimentos dramáticos” que marcaram os últimos cinco anos: os “incêndios devastadores” de 2017 e a pandemia que “afeta de forma persistente e impiedosa” os portugueses.
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