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Final da Liga dos Campeões poderá resultar na emissão de mais de cinco mil toneladas de GEE

A estimativa foi feita com base na previsão de que 12 mil passageiros, em classe económica, farão uma viagem de ida e volta entre os aeroportos de Londres Heathrow-Porto e Manchester-Porto. Isto sem contar com a deslocação entre as próprias equipas e convidados.
18 Maio 2021, 07h35

A final da Liga dos Campeões poderá resultar na emissão de mais de cinco mil toneladas de emissões de gases poluentes, estima a associação ambientalista Zero, em comunicado divulgado esta segunda-feira.

De acordo com as contas feitas pela Calculator Carbon Footprint, a cidade Invicta prepara-se para receber até 12 mil adeptos vindos do Reino Unido para assistir ao jogo entre o Manchester City e o Chelsea, a 29 de maio, no Estádio do Dragão, uma deslocação que poderá resultar em 5.040 toneladas de gases poluentes emitidos.

A estimativa foi feita com base na previsão de que seis mil passageiros, em classe económica, farão uma viagem de ida e volta entre os aeroportos de Londres Heathrow e Porto, o que só por si resultará em 400 quilos de dióxido de carbono emitidos e outros seis mil que viajarão entre os aeroportos de Manchester e Porto, uma viagem, ida e volta, que poderá emitir até 440 quilos de dióxido de carbono. Isto sem contar com a deslocação entre as próprias equipas e convidados.

“Apesar de o valor em causa não ter praticamente expressão à escala das emissões de Portugal em 2019, cerca de 0,01% não deixa de ser uma contribuição perfeitamente evitável e contrastante com os objetivos de sustentabilidade ambiental que deveriam ser perseguidos pela UEFA”, relembra a Zero, na mesma nota, que acrescenta que “a aviação é um dos sectores onde as emissões de gases de efeito estufa (GEE) mais crescem e é o modo de transporte mais intensivo em termos de impacte climático”.

As emissões da aviação, tendo em conta o período pré-pandemia, mais que duplicaram nos últimos 20 anos, sendo o sector responsável por cerca de 4,9% do aquecimento global causado pela atividade humana. Só na Europa, as emissões cresceram 26% entre 2015 e 2019.

Na nota, a associação ambientalista relembra que, juntamente com outras organizações, tem vindo a apelar para metas globais e regionais ambiciosas para reduzir as emissões no sector da aviação e pela inclusão total da aviação na estratégia da União Europeia (UE) para minimizar emissões.

“Atualmente apenas as emissões dos voos intraeuropeus estão abrangidos pelo comércio europeu de licenças de emissões e só muito parcialmente”, argumentam, salientando que “um dos aspetos mais relevantes é a necessidade de remover as isenções de impostos sobre combustíveis e de imposto sobre o valor acrescentado (IVA) para as companhias aéreas da UE”.

 

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