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Finanças dizem que emissão a 30 anos permitiu alongar prazos da dívida sem aumentar encargos

“A procura pelas OT hoje colocadas vem comprovar o trabalho e a política económica e financeira que Portugal tem conseguido executar no atual contexto”, referiu o ministério liderado por João Leão, classicando a emissão como histórica e que “mostra a confiança que os investidores colocam no futuro da nossa economia”.
  • Ministro de Estado e das Finanças, João Leão
3 Fevereiro 2021, 16h42

A emissão de 3 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) a 30 anos permitiu à República aproveitar as taxas de juros em mínimos históricos para alongar a maturidade média da dívida, mas sem contribuir desfavoravelmente para o aumento de encargos, afirmou o Ministério das Finanças esta quarta-feira.

O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – colocou esta quarta-feira três mil milhões de euros em OT com prazo de 2052, tendo pago 1,022% numa venda sindicada.

A escolha do prazo teve por objetivo completar a curva de rendimentos das OT, abrindo um novo benchmark a 30 anos (abril de 2052), de forma a reforçar a qualidade do acesso ao mercado e atrair investidores real money, como seguradoras e fundos de pensões, habitualmente presentes na parte longa da curva, diversificando as fontes de financiamento e favorecendo também o pricing da restante curva em termos globais, afirmou o ministério liderado por João Leão, em comunicado.

“O diferencial de preço a pagar pela República, por prazos mais longos, comparativamente com prazos mais curtos, encontra-se em mínimos históricos, pelo que a realização de uma emissão com uma maturidade maior permite também alongar a maturidade média da dívida, sem contribuir desfavoravelmente para o aumento de encargos”, adiantou.

Segundo o ministério, o momento do lançamento da emissão e o seu sucesso coincidiram com os dados ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística sobre o PIB, que mostraram uma queda da economia menos severa do que a estimada pelo Governo e outras instituições, os quais têm grande impacto na gestão da dívida pública.

“A procura pelas OT hoje colocadas vem comprovar o trabalho e a política económica e financeira que Portugal tem conseguido executar no atual contexto”, explicou.

Sublinhou que, considerando a política atual do Banco Central Europeu, o livro de ordens atingiu 40 mil milhões de euros, ou seja, 13,3 vezes superior à oferta.

“Tendo por referência que as OT emitidas durante o ano de 2020 tiveram uma maturidade média aproximada de 10 anos, a emissão de hoje, com prazo 30 anos (abril de 2052) e um custo de 1,022%, contribui positivamente para um alongamento da maturidade média e para a diminuição do custo médio da dívida total”, acresentou o ministério.

Recordou ainda que em janeiro, foram emitidas OT, através de um leilão, no montante de 500 milhões de euros, com maturidade de 10 anos, e 750 milhões de euros, com maturidade de 15 anos, correspondendo a uma maturidade média próxima dos 13 anos. Foram, nessa data, emitidas pela primeira vez, para o prazo de 10 anos, OT com uma yield negativa, resultando numa taxa média dessa colocação de 0,19%.

“É de salientar que Portugal nunca tinha conseguido alcançar condições financeiras tão favoráveis para uma emissão com uma maturidade tão longa, representando uma poupança significativa para o país e para os contribuintes”, vincou.

“O resultado desta emissão histórica comprova o trabalho e a política económica e financeira que Portugal tem conseguido executar no atual contexto, mostrando a confiança que os investidores colocam no futuro da nossa economia”, concluiu.

[Atualizada às 16h48]

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