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Finlandesa Nokia vai cortar um máximo de dez mil postos de trabalho até 2023

O planos de redução de pessoal a nível mundial surge cerca de um mês depois da Nokia Portugal ter anunciado a criação de um novo centro de competências em Portugal, que representa contratação de 300 novos profissionais até ao final de 2022.
16 Março 2021, 12h39

A gigante tecnológica Nokia tem um plano para reduzir entre cinco a dez mil postos de trabalho nos próximos dois anos, a fim de reduzir custos operacionais e libertar mais verbas  para realizar investigação, anunciou o grupo finlandês de telecomunicações esta terça-feira. O plano é global, devendo afetar a maioria dos países onde a Nokia opera.

Em comunicado, a Nokia  explica que a reestruturação vai permitir reduzir a população laboral dos atuais 90 mil trabalhadores para um nível entre os 80 mil ou os 85 mil funcionários. “O número exato vai depender da evolução do mercado nos próximos dois anos”, adianta o grupo.

O grupo de telecomunicações espera que o corte de até 11% dos atuais postos de trabalho permita reduzir em cerca de 600 milhões de euros a massa salarial no final de 2023. “Esta poupança será compensada com o aumento dos investimento em R&D [investigação e desenvolvimento], bem como com futuras capacidades e custos relacionados com a inflação dos salários”, lê-se.

Acresce a estimativa que a reestruturação permita gerar entre 600 milhões e 700 milhões de euros face aos encargos associados. As administrações das empresas do grupo, na Europa, já foram informadas sobre o processo de reestruturação.

Os planos de redução de pessoal a nível global são conhecidos cerca de um mês depois da Nokia Portugal ter anunciado a criação de um novo centro de competências em Portugal. O nova unidade representa um investimento de 90 milhões de euros e a contratação de 300 novos profissionais até ao final de 2022.

O presidente executivo  do grupo Nokia, Pekka Lundmark, que assumiu a liderança da gigante finlandesa em 2020, assume que o plano de reestruturação servirá para atacar a nova vaga tecnológica. A quinta geração da rede móvel (5G) representa uma nova fase no mundo das telecomunicações e a Nokia não pretende perder mais terreno para a rival sueca Ericsson ou para a chinesa Huawei.

Em outubro de 2020, a Nokia anunciou um novo plano estratégico, que passava por quatro novos grupos de negócios. Nessa altura, Lundmark afirmou que o grupo “fará o que for preciso” para assumir a liderança no 5G. O plano passa por aumentar os investimentos em 5G, em tecnologia de cloud e em infraestruturas digitais.

Em matéria de 5G, empresas como a Nokia, Ericsson e Huawei têm aumentado o número de clientes face ao desenvolvimento da nova rede em vários países. Mas a Nokia poderá estar em desvantagem face à Ericsson, visto que o grupo sueco não conseguiu ainda nenhum contrato com operadores para o 5G na China. Além disso, a Nokia perdeu para a Samsung parte de um contrato de fornecimento de componentes 5G para a norte-americana Verizon.

Segundo o comunicado de hoje, o grupo finlandês mantém o outlook para 2021, independentemente do plano de reestruturação. Em fevereiro, a Nokia previu que a receita de 2021 oscilaria entre os 20,6 e os 21,8 mil milhões de euros, face aos 21,9 mil milhões registados em 2020.

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