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Finlandesa Swappie fecha ronda de 35 milhões de euros e chega a Portugal

A empresa opera no mercado de compra e venda de iPhones recondicionados. “Segundo a nossa investigação, os portugueses estão constantemente à procura de formas de ser ambientalmente conscientes nas suas compras. Estamos entusiasmados por lhes dar mais uma opção segura e confiável”, refere o cofundador e CEO, Sami Marttinen, ao Jornal Económico.
16 Junho 2020, 08h01

Chegou oficialmente ao mercado português uma nova empresa de revenda de iPhones, a finlandesa Swappie. A startup de Helsínquia fechou recentemente uma ronda de investimento de 40 milhões de dólares (cerca de 35 milhões de euros) que lhe permitiu avançar com a expansão para Portugal, Itália e outros países da Europa – Alemanha, Irlanda e Holanda, onde espera estar até ao final deste verão.

Ao Jornal Económico (JE), o cofundador e CEO clarifica que as operações vão continuar centralizadas na Finlândia, mas confessa que o conquistou nos portugueses foi o fator sustentabilidade. “Segundo a nossa investigação, as pessoas de Portugal estão constantemente à procura de formas de ser ambientalmente conscientes nas suas compras, por isso estamos entusiasmados por lhes dar mais uma opção segura e confiável”, refere Sami Marttinen.

Enquanto marketplace de compra e venda de iPhones, a nova concorrente da Forall Phones compara o desenvolvimento desta indústria ao ramo automóvel nos anos 80-90, quando as pessoas começaram a dar mais credibilidade aos veículos usados. “Depois de fazermos um estudo, percebemos que mais da metade da população estava pronta para comprar seus telefones recondicionados se soubesse que a qualidade estava lá. O grande problema é que a maioria das pessoas está preocupada com a qualidade dos telefones recondicionados, o que explica que a passagem da compra de equipamentos novos para estes não tenha acontecido mais rápido”, explica Sami Marttinen.

Segundo o empresário, esse é também o motivo pelo qual a marca tem tido apenas um foco: o telemóvel da Apple que lhes chega e, depois, passa pelas mãos de vários engenheiros para reparação até estar no bolso dos consumidores. Ou seja, a Swappie detém toda a cadeia de valor, uma vez que construiu uma fábrica própria onde os aparelhos são sujeitos a 52 testes, reparados e ficam com garantia de 24 meses. “Só assim conseguimos ganhar confiança do mercado”, diz Sami Marttinen.

Mesmo com o novo financiamento, no qual participou a TESI e antigos investidores como a Lifeline Ventures, Reaktor Ventures e Inventure, a startup nórdica não prevê (para já) lançar-se na reparação e revenda de outros produtos da Apple (Macs, iPads, EarPods…). “Está no plano, mais tarde no futuro, mas não no futuro próximo. Se queremos ser o líder global neste campo primeiro temos de ser os melhores nesta categoria, de iPhones”, refere o cofundador ao JE.

A Swappie tem uma equipa de 260 colaboradores, de 31 nacionalidades, incluindo oito portugueses. Em 2019, teve uma faturação de 31 milhões de dólares (aproximadamente 26 milhões de euros), mais 22 milhões de dólares (19 milhões de euros) de vendas face ao ano anterior – e nem o confinamento causado pelo novo coronavírus travou o crescimento que tem tido desde que foi fundada, em 2016, pois nos meses de abril e maio o crescimento foi entre quatro a cinco vezes superior ao mesmo período do ano passado.

“Tem sido uma jornada divertida, mas desafiante de certa forma, porque nós estamos aqui a construir uma empresa de ordem mundial e, especialmente nos dias de hoje e tendo em conta a missão na qual estamos a trabalhar, não é fácil arranjar o melhor talento para o fazer”, afirma o CEO, que considera os retalhistas que vendem iPhones novos os seus maiores adversários neste processo. A receita? “Ouvir os clientes, ser completamente obcecado com o que eles pretendem e os dados”.

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