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Fintech: a disrupção da banca tradicional em cinco pontos

João Cunha, consultor da Roland Berger e especialista na digitalização da banca, referiu que a banca digital trouxe alterou a forma como os clientes percepcionam e utilizam os serviços bancários. As principais vantagens para os consumidores residem em cinco pontos: “acessibilidade, rapidez, controlo, personalização e preço”.
23 Abril 2019, 13h49

A tecnologia aplicada aos serviços financeiros causou uma disrupção na banca, uma indústria que, até há relativamente pouco tempo, era pouco dada à inovação. Com o surgimento das Fintech, que desenvolvem soluções tecnológicas transversais à cadeia de valor da indústria financeira, a banca mudou.

Para o consumidor final, talvez a mudança mais visível reside na alteração dos tradicionais pontos de contacto entre clientes e bancos incumbentes.  Com a digitalização, tornou-se obsoleta a necessidade do cliente em deslocar-se a um balcão para abrir conta bancária. Isto, só por si, demonstra que a banca digital trouxe vantagens para os consumidores.

Em declarações ao Jornal Económico, João Cunha, senior project manager da Roland Berger, uma consultora, resumiu em “cinco pontos” as principais vantagens que a digitalização do modelo de negócio bancário trouxe para os consumidores: “acessibilidade, rapidez, controlo, personalização e preço”.

Segundo o especialista na digitalização da banca, a acessibilidade e rapidez dos serviços bancários através da digitalização do negócio bancário foram impulsionadas não só por neobancos, como o N26, mas também por bancos já estabelecidos, como o espanhol BBVA. “Processos como a abertura de conta, que demoravam uma hora e implicavam a deslocação a uma agência, podem hoje ser efetuados mobile em 5 minutos”.

Para João Cunha, “este passo tem permitido modelos de serviço remoto (…), mais ajustados às expectativas de clientes com maior afinidade digital. Ainda na acessibilidade, a evolução da banca para plataformas abertas, permite hoje aos clientes aceder a soluções mais ajustadas ao seu perfil, independentemente do fornecedor e do local”.

No que diz respeito ao controlo e segurança, João Cunha salientou a importância da Diretiva de Serviços de Pagamento 2 (conhecida pela sigla inglesa, PSD2), que “ofereceu aos clientes o controlo sobre a sua informação, de que se tornam detentores, podendo estes através da partilha da mesma com operadores terceiros ter acesso a novos serviços, mas também maior segurança na utilização com o reforço dos requisitos de autenticação”, explicou João Cunha.

Sobre a personalização dos serviços bancários, o consultor frisou a ‘ameça’ que as Big Tech, como a Google ou a Apple, constituem para banca tradicional. “A entrada das BigTech (ex. Apple) em banca irá pressionar ainda mais o sector para utilizar informação não financeira e customizar a experiência bancária, dando origem a ofertas mais semelhantes à experiência de cliente da Netflix”, referiu João Cunha.

Num futuro próximo, a estabilização das FinTech no setor financeiro irá trazer mais concorrência. Sendo que se tratam de empresas mais “eficientes, ágeis e sem [legado]” por comparação com os bancos tradicionais, João Cunha assinalou irá potenciar a “redução de preços”.

https://jornaleconomico.pt/noticias/das-financas-pessoais-a-analise-de-risco-435233

 

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