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Fintech CodingLibra lança cofre digital de criptomoedas

A startup portuguesa prepara-se para fechar parcerias em Angola, Moçambique, Botswana, África do Sul, Quénia, Costa Rica e Argentina e quer empregar, pelo menos, 30 pessoas até 2034. “A área da moeda eletrónica, transferência, liquidez e de custódia de ativos digitais é também uma área emergente onde o know-how – em Portugal e internacionalmente – é diminuto”, alertam os fundadores ao Jornal Económico.
8 Outubro 2020, 07h35

Jaime Ferreira e Artur Goulão Ferreira começaram há exatamente um ano a desenvolver o negócio que viria a ser formalmente lançado no início deste verão: a fintech CodingLibra, que resultou de um investimento próprio de 70 mil euros. A dupla de empreendedores juntou-se para disponibilizar serviços de consultoria em tecnologia blockchain e criar soluções para criptomoedas e outros ativos financeiros digitais descentralizados (DeFi), tendo lançado recentemente um cofre digital.

Artur Goulão Ferreira domina a tecnologia blockchain desde desde 2011, tendo minerado bitcoin e criado projetos na área, cofundando, em 2017, a Utrust na Suíça. Como tal, apercebeu-se de uma lacuna em Portugal – o conhecimento – e, simultaneamente, de uma oportunidade de negócio.

“A área da moeda eletrónica, transferência, liquidez e de custódia de ativos digitais é também uma área emergente onde o know-how – em Portugal e internacionalmente – é diminuto. Nesse sentido temos serviço de consultoria, que permite analise dos processos do cliente e aconselhamos a melhor metodologia e implementação de um processo blockchain ou utilização de criptomoeda no seu negócio”, explicam ao Jornal Económico (JE).

Para formalizar o lançamento no mercado, a startup de software criou o cofre “CryptoFortis”, uma aplicação web e móvel para armazenamento, consulta, movimento e autorizações de transações de ativos digitais. Os gestores acreditam que a estabilidade do valor das stablecoins, como a Libra do Facebook, a DAI ou a Tether, irá levar à adoção das criptomoedas pelos consumidores com fins comerciais, de investimento e de remessas internacionais para familiares.

A empresa prepara-se agora para fechar parcerias em Angola, Moçambique, Botswana, África do Sul, Quénia, Costa Rica e Argentina. “A CodingLibra está muito focada nas economias emergentes onde o impacto dos ativos digitais irá ter mais impacto, no entanto temos já várias instituições interessadas na nossa solução também aqui em Portugal e na Europa. Temos ainda parcerias de negócio, quer tecnológicas quer jurídicas para o desenvolvimento deste sector em Portugal”, referem os fundadores ao JE.

A equipa inicial da CodingLibra, que está instalada na Fintech House, é constituída por oito pessoas, maioritariamente engenheiros informáticos ou com funções comerciais e de compliance. “Temos perspetivas de recrutamento. Já considerando que a organização vai ser baseada num conceito ágil, passando muito pela automação de processos e com rede forte de parceiros, cerca de 30 pessoas em 2023”, dizem Jaime Ferreira e Artur Goulão Ferreira.

O que é o cofre digital blockchain?

É o primeiro produto esta startup e consiste numa plataforma B2B, associada a uma aplicação móvel, para o armazenamento, consulta, movimento e autorizações de transações de ativos digitais de criptomoedas, como Bitcoin, Ethereum, DeFi, tokens ou stablecoins. É suportado por um sistema operacional e os “cripto ativos” são armazenados nas carteiras designadas hot e cold, usadas para otimizar a segurança, gestão e trocas destas moedas digitais. A hot wallet dá acesso a uma caixa para recebimentos e envios de valores mais baixos e previsíveis, enquanto a cold wallet é uma estratégia onde os fundos são armazenados a longo prazo, tendo várias camadas de autorização para se efetuar um levantamento. Os depósitos são sempre autorizados.

Como é que o sistema pode ser gerido?

  • Platform-as-a-Service: solução cloud em HSMs (Hardware Security Model) alojados em data centers e serviços de APIs, para maior segurança.
  • Modelo híbrido: serviço customizado, com opções de auto-hospedagem dos HSMs e dos serviços de API
  • Instalação Local (on-premises): A empresa entrega uma versão personalizável da plataforma: os HSMs e APIs para hospedar no data center ou cloud (privada ou pública) do cliente.
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