[weglot_switcher]

Fintechs mundiais crescem 11% e estão prestes a atingir rentabilidade a longo prazo

O “World FinTech Report 2021”, elaborado por uma consultora internacional e pela Associação Europeia de Gestão Financeira, destaca que na Europa o investimento em empresas financeiras de base tecnológica B2B ultrapassou o B2C entre janeiro e outubro de 2020.
23 Junho 2021, 16h19

As empresas financeiras de base tecnológica (fintech) estão mais perto de alcançar a rentabilidade a longo prazo depois de terem crescido 11% no quarto trimestre do ano passado, de acordo com um estudo global realizado pela consultora Capgemini e pela European Financial Management Association (EFMA).

O World FinTech Report 2021, que abrange 33 países (entre os quais Portugal), concluiu que pouco mais de metade (51%) das fintech inquiridas esperam que as reservas de capital venham a ser afetadas pelos custos decorrentes do recrutamento, da integração e do armazenamento de dados, que aumentaram substancialmente durante o confinamento.

No entanto, mesmo com o efeito da crise, estas empresas demonstraram níveis de resiliência e de crescimento de dois dígitos, até porque mais de dois em cada dez consumidores procuram serviços mais rápidos, personalizados, convenientes para o seu dia-a-dia e acabam por estar mais inclinados a experimentar os produtos dos novos players do sector financeiro.

O crescimento homólogo chega depois de quatro anos consecutivos de resultados negativos. Aliás, as transações entre as fintech mais maduras reportaram uma subida de 9% entre 2019 e 2020, conforme detalham os especialistas com base no “Global Retail Banking Voice of the Customer Survey 2021” e em entrevistas feitas pela equipa.

O estudo refere que na Europa o investimento em fintech B2B ultrapassou o B2C entre janeiro e outubro de 2020, com uma percentagem de cerca de 80% do total de financiamento (6,3 mil milhões de euros), segundo a análise, que exemplifica com os casos do Citigroup, Santander e UBS que para desenvolverem a suas infraestruturas operacionais.

“As jornadas digitais inspiradas pelas FinTech devem tornar-se uma fonte de inspiração na definição das estratégias de todos os intervenientes no sector bancário. No entanto, os bancos têm de ser rigorosos, focados e objetivos na sua abordagem. Não há uma abordagem única, e nem todos podem criar filiais digitais da mesma forma”, afirma o CEO de Serviços Financeiros da Capgemini, Anirban Bose.

O estudo propõe ainda uma abordagem em quatro etapas para as fintech maduras que procuram crescimento e rentabilidade a longo prazo: diversificação de produtos para atrair uma base de clientes mais ampla; estruturação do ecossistema para criar mais pontos fortes; monetização dos serviços, das funcionalidades ou dos dados; e expansão para novos mercados.

“Os players que forem capazes de alcançar o crescimento a longo prazo e a rentabilidade hoje, serão os vencedores da era fintech de amanhã”, referiu ainda Anirban Bose, que também pertence ao conselho de administração da consultora tecnológica.

“Os impactos da pandemia no sector financeiro aumentaram o nível de exigência para a banca de retalho tradicional. Se os incumbentes querem continuar a ser relevantes, é tempo de integrarem o financiamento no estilo de vida dos clientes e adotarem modelos baseados em plataformas – a procrastinação deixou de ser uma opção,” afirmou por sua vez John Berry, CEO da EFMA.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.