A assessoria a fusões e aquisições (M&A) continua a ser liderada, à escala global, pelas grandes firmas de advocacia nova-iorquinas. De acordo com a Thomson Reuters, a Skadden, sediada em Times Square, lidera o ranking global de assessoria jurídica em 2016, pelo valor das operações, com uns impressionantes 637,8 mil milhões de dólares.
As restantes posições do ‘top 10’ são ocupadas maioritariamente por escritórios nova-iorquinos, como as sociedades Sullivan & Cromwell, Simpson Thatcher & Bartlett, Davis Polk & Wardwell, entre outras (ver tabela). Apenas dois escritórios presentes neste ‘top 10’ têm a sua sede noutras cidades: a londrina Freshfields Bruckhaus Deringer, que é a mais antiga firma de advogados do mundo (foi fundada em 1743) ocupa a sexta posição, enquanto a Latham & Watkins, que tem sede em Los Angeles, surge no sétimo lugar.
No ranking por número de negócios assessorados, a hegemonia dos escritórios de língua inglesa faz-se também sentir. A Jones Day, sediada em Cleveland, lidera com 469 operações no valor de 286 mil milhões de dólares, seguida da anglo-americana DLA Piper, com 421 transações, no montante de 121 mil milhões de dólares.
No total do mercado mundial de M&A, a Thomson Reuters registou operações no valor de 3,2 biliões de dólares, o que representa uma descida de 2,9% face ao ano anterior. O certo é que, tanto em 2016 como em 2015, as firmas anglo-saxónicas ficaram com a maior parte do bolo.
O que explica esta hegemonia das firmas anglo-saxónicas é sobretudo o facto de Wall Street e a City serem os principais mercados mundiais a nível de M&A.
“Sem dúvida que uma praça financeira de grande dimensão e regulação ajuda à captação de investimento. Isso é particularmente importante no caso de Londres”, disse ao Jornal Económico o advogado Diogo Leónidas Rocha, que é sócio da Garrigues e que assessorou várias grandes operações nos últimos anos.
“A dimensão do mercado de serviços jurídicos nos Estados Unidos justifica igualmente esses números.
No top 100 das sociedades de advogados por volume de faturação, poucas são as sociedades que não são anglo-saxónicas. A Garrigues é a primeira não anglo-saxónica, e aparece abaixo das 50 maiores sociedades”, frisou Diogo Leónidas Rocha.
O advogado considera que a saída do Reino Unido da União Europeia poderá abrir novas oportunidades para as firmas de advogados do Velho Continente, dada a possibilidade de Paris ou Frankfurt rivalizarem com a City na atração de negócios. “A saída do Reino Unido da União Europeia deverá criar as condições para o nascimento de uma nova praça financeira europeia forte”, defendeu.
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