A Fitch está cética de que os estímulos orçamentais e monetários sejam suficientes para enfrentar o enfraquecimento no crescimento, provocado pelas tensões comerciais. Numa nota divulgada esta terça-feira, a agência de notação financeira considera que a atual política monetária, implementada este ano, irá ser seguida por vários níveis de flexibilização orçamental no próximo ano e que os riscos políticos irão afetar as avaliações das dívidas soberanas a nível global.
“A Fitch não acredita que estímulos orçamentais ou monetários sejam capazes de combater completamente os efeitos negativos perturbações do comércio sobre o crescimento, aumentando o risco de que a política seja mais flexibilizada para alcançar um impacto adicional”, justifica a agência, que destaca que os países entram no próximo ano com a economia mundial a desacelerar e os líderes políticos a debater “o que fazer sobre isso”.
A agência alerta ainda que a maioria dos países está exposto às disputas comerciais entre a China e os Estados Unidos, considerando que este fator tem impacto na política interna dos países no contexto de uma maior incerteza internacional.
“Assumindo que as taxas de juros globais permaneçam relativamente baixas, a dinâmica da dívida pública será impulsionada mais pelos saldos primários e pelo crescimento económico, de modo a que a eficácia do estímulo orçamental no apoio ao crescimento será fundamental para o aumento ou a queda dos índices de dívida”, considera a agência.
Explica ainda que “os riscos políticos irão afetar as avaliações em 2020, já que vários conflitos regionais persistem e o descontentamento público centrado nas questões económicas está a aumentar”.
Antecipa ainda que o investimento estrangeiro dos maiores países desenvolvidos siga a tendência de desaceleração iniciada este ano e que numa altura em que “as empresas estão a investir menos a nível interno devido à incerteza económica, investir no exterior pode ser ainda menos atraente”.
Ainda assim, a agência de notação financeira antecipa que as avaliações de rating deverão permanecer estáveis no próximo ano. “Cerca de 75% dos soberanos têm perspetiva ‘estável’, em linha com a média de longo prazo”, frisa. Mas antevê que o ritmo de upgrades na Europa, registado nos últimos anos, deverá desacelerar.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com