A agência de notação de risco Fitch deu o primeiro alerta aos Estados Unidos e ao seu governo antes de se concretizar a possibilidade de um calote da dívida – por causa do desentendimento entre democratas e republicanos para o aumento do teto da dívida.
A agência, que já tinha ‘prometido’ que reveria a notação em baixou se o governo de Joe Biden não encontrasse uma solução, colocou a dívida soberana dos Estados Unidos em observação – o que não significa uma baixa do rating, mas é o primeiro passo para isso. O papel federal tem agora uma “observação negativa”, apesar de manter o rating mais alto (AAA) concedido pela empresa. O embate frontal entre democratas e republicanos levou a Fitch a ser a primeira agência entre as grandes a tomar uma decisão e lançar um alerta real sobre a dívida dos Estados Unidos.
“O corte nas perspetivas reflete um partidarismo político exacerbado que impede de chegar a uma resolução para aumentar ou suspender o limite da dívida, apesar do facto de que a data a partir da qual o Tesouro dos EUA esgotará a sua posição de caixa e a sua capacidade de tomar medidas extraordinárias sem incorrer em nova dívida está a aproximar-se rapidamente”, diz o comunicado da agência ao qual jornal “El Economista” teve acesso.
A Fitch ainda espera uma resolução do limite da dívida antes do fim do mês, a data limite. “No entanto, acreditamos que aumentaram os riscos de que o limite da dívida não seja aumentado ou suspenso antes dessa data, dia em que os Estados Unidos ficarão sem fundos e, consequentemente, que o governo possa começar a deixar de pagar em algumas das suas obrigações”.
A agência insiste que o arriscado quadro político que envolve a gestão do teto da dívida – e que se repete quase todos os anos, resulta no fracasso das autoridades federais em abordar os desafios do orçamento e o crescimento da dívida – que é colossal e que, num quadro de aumento dos juros, tem um impacto imenso.
Em 19 de janeiro passado, os Estados Unidos atingiram o limite de dívida de 31,4 biliões de dólares, levando o Tesouro a tomar medidas extraordinárias para evitar romper esse limite. O Tesouro afirmou que essas medidas extraordinárias poderiam ser esgotadas já em 1 de junho – e o tempo está a esgotar-se.
“O prazo está a aproximar-se: a falta de um acordo para aumentar ou suspender o limite da dívida até ao final do prazo seria um sinal negativo sobre a governança e a disposição dos Estados Unidos em cumprir as suas obrigações em tempo útil, o que seria provavelmente inconsistente com uma classificação ‘AAA’”, disse ainda a Fitch.
“Os títulos de dívida afetados seriam rebaixados para ‘D’. Além disso, outros títulos de dívida de longo prazo serão rebaixados para ‘CCC’, e os papéis de curto prazo com vencimento nos próximos 30 dias provavelmente serão rebaixados para ‘C.'”.
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