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Fitch diz que importância para África do apoio de bancos como o BAD vai muito além do dinheiro

Jan Friederich, analista da agência de notação financeira Fitch considera que “as instituições financeiras multilaterais têm-se tornado mais importantes para os países africanos nos últimos anos”, devido às dificuldades financeiras em que países como Angola ou Moçambique incorreram, ainda que por diferentes razões.
  • Reinhard Krause/Reuters
10 Junho 2019, 11h40

O diretor do departamento africano da agência de notação financeira Fitch disse que a importância do apoio das instituições financeiras multilaterais, como o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), vai muito além do valor que emprestam.

“Olhando apenas para os números, há uma tendência para subestimar a importância destas instituições, que dão uma preciosa ajuda que vai para além do financiamento, porque dão apoio técnico, apoio à gestão orçamental e ao desenho das reformas”, disse Jan Friederich.

Em entrevista à Lusa a propósito dos Encontros Anuais do Banco Africano de Desenvolvimento, que se prolongam até sexta-feira em Malabo, a capital da Guiné Equatorial, Jan Friederich alertou que não se deve “olhar apenas para os números dos empréstimos para atestar a importância destes organismos como o BAD”. O diretor do departamento africano da Fitch acrescentou que a importância da ajuda “é muito maior que financiamento, é também dar aconselhamento político e apoio às políticas”.

O analista desta agência de notação financeira considera que “as instituições financeiras multilaterais têm-se tornado mais importantes para os países africanos nos últimos anos”, devido às dificuldades financeiras em que países como Angola ou Moçambique incorreram, ainda que por diferentes razões.

“Antes, quando o preço do petróleo estava em alta, os empréstimos multilaterais não eram tão significativos, mas agora são uma importante fonte de financiamento”, notou.

“O programa de Angola com o Fundo Monetário Internacional reabriu o acesso a financiamento e a ajuda ao orçamento das instituições financeiras multilaterais, incluindo o BAD, que é uma importante fonte de financiamento, mas não é a única”, apontou o analista na entrevista à Lusa.

“Muitos governos africanos basearam-se mais nos últimos anos em mercados privados, incluindo emissão de ‘eurobonds’ [emissões de títulos de dívida em moeda estrangeira], e houve também uma crescente importância da China, isso é muito importante, particularmente em Angola”, concluiu Jan Friederich.

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